segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A Crença (poema)





Eu acredito
na ironia do destino,
nas pedras do caminho
e na paisagem da janela.
Acredito
na aquarela
pintada em quatro mãos,
nas cores de um coração
impressas no outro.
Acredito
na vontade celestial,
no desejo carnal
e no karma espiritual
que atrai o que somos.
Acredito
no abandono
que desperta o sono
e transcende
a compreensão.
Acredito
nas mãos dadas pela rua,
a cabeça no ombro,
a pele nua
e no renascer
dos escombros.
Acredito
no mexer nos cabelos,
ficar de joelhos,
no abraço infinito
e como tudo
se torna mais bonito
na forma simples.
Acredito
na cumplicidade,
nas mãos dadas
na melhor idade,
Acredito
no sorriso sincero,
nos planos futuros,
nos íntimos segredos,
no corpo colado
e no despertar ao lado
de quem se admira.
Acredito
na sincronia,
na sintonia
dos pensamentos,
no embalo dos movimentos
e na sinfonia
de um olhar.
Acredito
que tudo tem seu tempo,
seu momento,
o plantar e colher,
morrer e renascer,
se entregar,
se perder
e mesmo assim,
se encontrar.
Acredito
no amor.
Na necessidade de amar
e de compreender
que não existe o sofrer,
simplesmente  é o querer
o que não nos pertence.
E quando eu perecer
não deixarei
arrependimentos.
Apenas o amor intenso
por todos os meus dias.


By Cristian Ribas



sábado, 27 de dezembro de 2014

Meu Ano (poema) - Obrigado pelas 10 mil visualizações!!!





Vi meu ano
mudar de planos,
corrigir os enganos
e reescrever meus dias,
numa sutil fronteira
de esperança
e nostalgia.
No desenrolar da história,
percebi que a derrota
é o primeiro passo
até a glória.
Reencontrei,
desencontrei
e me encontrei,
entre espaços perdidos
e lembranças apagadas.
E na magia do destino,
a sabedoria
desprovida de sentido
me mostra que o caminho
se percorre com alegria.
Repentinamente,
o que era dormente
tornou-se um sonho vivo,
latente,
que descansava na gente
e não parecia acordar.
Mas ainda está aqui.
Insistente,
entre novas rugas
mágoas indigentes
e a mania de sorrir..
Entre a vontade infantil,
o oceano bravio
e a paz celestial.
Afinal,
o tempo que leva as horas,
nos deixa a lição,
que o amor
jamais será em vão.


By Cristian Ribas


Obrigado, amigos, por ainda em 2014, o blog atingir as 10 mil visualizações!!! Obrigado, de coração, e que venha 2015!!!





quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A Chaga (poema)




Ainda teimo
estar em você.
Nas igrejas
e suas cruzes,
Na noite
e suas luzes.
Nas ruas
e suas atitudes.
Em cada passo,
permaneço.
Em cada olhar,
me reconheço.
Nas tuas ideias,
nos teus gestos,
na odisseia
de compreender
teu afeto.
Sigo maestro
em tua sinfonia,
pois a sintonia
não se perde
no tempo.
Se alimenta de sonhos
e se veste de desejos.
Mesmo quando o orgulho
fala mais alto
e o coração
fica calado,
não se apaga.
É apenas uma chaga
que o amor
vai cicatrizar.

By Cristian Ribas

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O Contorno (poema)




Dia após dia,
sigo com a mania
de acreditar.
No movimento das ondas,
no bailar do vento,
no flutuar das nuvens
que contornam
meus sentimentos
que se refletem
em seu olhar.
Isso,
porque em teu peito
é o meu lugar.
É no despertar
de todas as manhãs,
no adormecer
de todas as noites
e no alvorecer
de todos os sonhos
que eu quero estar.
Deixar o tempo passar
na leveza do sorriso
e no que for preciso
estar onde você
precisar.
Pois a vida
é o contorno
de todo amor
que deixaremos
pra trás.

By Cristian Ribas

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O Que Habita em Nós (poema)





Não tenha medo
do que o tempo
te reserva
e o desejo
te desperta.
Deixe o ar
te levitar
até as nuvens,
no movimento
do pensamento
e abandonar
qualquer receio
que te acorrenta.
Não há tormenta
que limite teus sonhos,
ou estrondo
que te impeça
de voar.
Ainda há
histórias pra escrever,
romances pra viver
e instantes de prazer.
Nenhuma dor
será maior
que o amor
que reside no peito.
E em cada amanhecer
sempre haverá
uma nova chance
de ser
o bem que habita
em nós.

By Cristian Ribas

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Sem Arrependimentos (poema)





Tudo tem
o tempo certo.
O deserto
virar oceano,
o destino
mudar os planos,
o insano
corrigir os enganos
e perceber
que o que nos cega
é a luz,
e jamais
a escuridão.
Deixo meu coração
aberto,
caminhando
entre escombros,
voando
entre sonhos
e mergulhando
em sua ilusão.
E no incerto,
te sinto
mais perto.
Por ser intenso,
forte,
verdadeiro.
Troco qualquer receio
por um segundo de desejo
e o que era medo
se torna eterno
por vontade.
E se não ouvirmos
a vaidade,
no avanço da idade,
não haverá lamentos.
Apenas o sentimento
que a coragem
é o que nos faz
seguir viagem
sem arrependimentos.


By Cristian Ribas

sábado, 13 de dezembro de 2014

Viajante (poema)








Deixo o antes
pra depois,
pois o agora
está fora
do meu alcance.
Me tornei viajante
em tua história,
sublimando virtudes,
ovacionando glórias,
varrendo derrotas
debaixo da velha memória.
Tudo guardado
no museu empoeirado
de meus sentimentos.
Rostos que não vejo
e espero.
Vozes que não ouço
mas sinto.
O toque que não alcanço
e arrepio.
Uma lembrança perdida
num sonho renascido,
que me faz criança
quando desperto
teu sorriso.
E navego meus sentidos
num estranho caminho
até teus lábios.
O tempo é sábio
e mostrará
que não há nada
pra levar
se só o amor ficará.
Por isso, te quero.
Se o hoje é fantasia,
o amanhã será
nostalgia,
pois não sei
se estarei
vivo em seu dia.


By Cristian Ribas

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Súbita Falta (poema)





Enquanto a chuva cai
meu coração vai
à sua procura.
De forma pura,
desenho no vidro embaçado,
você ao meu lado,
com sorriso leve
e lábios molhados.
No abraço apertado,
no corpo colado,
um paraíso guardado
em tua pele.
Um rio que segue,
no teu interior,
no calor
que aquece o corpo
e liberta a alma.
E nessa súbita falta,
encontro o melhor de mim,
dentro de ti.
Nos gestos
que demonstramos,
nos sentimentos
que plantamos
e nos olhares
que perdemos.
Pois quando a luz se apagar,
e minha mão te tocar
tudo se tornará
claro.


By Cristian Ribas

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Teu Sonho (poema)






Te encontro
em teu sonho.
Com olhar de abandono,
querendo ficar,
desejando estar
ao seu lado
até a noite acabar.
Sou teu segredo guardado,
o amor inesperado,
um príncipe encantado
disfarçado de plebeu.
Pois quis o destino
com meu jeito de menino,
que eu fosse teu.
Pra brincar em seus cabelos,
me perder em seus pelos,
ficar de joelhos
e me tornar um gigante.
Que transforma o antes
em memória
e constrói uma nova história
em teus lábios.
Me sinto um bobo sábio,
tropeçando em adjetivos,
esquecendo os advérbios,
mas em silêncio,
o sentimento
fala por nós.
Deixe o mundo lá fora,
enquanto ficamos a sós,
pois o agora
é a glória
dos dias
que ainda virão.
Então,
segure minha mão
enquanto seu coração
desperta
junto ao meu.

By Cristian Ribas.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Rendição (poema)





Não assinei rendição,
apenas deixei meu coração
me levar
pra outros caminhos.
Aprendi
a ver o destino
sem frenesi,
como bons amigos
que vagam por aí
e se reencontram
numa rua qualquer.
E volto a caminhar
sozinho
flutuando em sonhos
conduzido no abandono
do solo pelos pés.
Brinco na distância
quando o amor
se torna lembrança
e viro alegria
quando se transforma
em realidade.
Pois reside em nós,
independente da idade,
essa vontade
de sermos a outra metade
da felicidade
de alguém.
E a nossa parte
fica inteira,
derradeira
em seu processo.
Pois o amor dado
é o regresso
do melhor que somos
e que sempre
partimos.

By Cristian Ribas



quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Dias Loucos (poema)






Nesses dias loucos,
eu só quero um pouco
de sua atenção.
Te esperar
antes da noite chegar
pra saber como está.
Te ouvir falar
sobre seu dia
e te doar
a alegria
que você provoca.
Sentir a paz
que você traz
e ter paciência,
nos desafios do tempo
e suas adjacências,
Tomar um capuccino
e esquecer dos desatinos
enquanto você não surge.
Por mais alto que esteja,
vou superar os medos
de ver o mundo
nos teus olhos.
E quando a noite chegar
quero estar lá
pra te acompanhar
e segurar
sua mão.

By Cristian Ribas



quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A Vila (poema)




Me leve
pra algum lugar
onde seu olhar
diga tudo
e o silêncio
seja o eco
de nossos desejos.
Vamos ver o mundo
do fundo
de nossos anseios,
com cores vivas,
vontades escondidas
que se revelam
em segredo.
Descobrir a vila
de mãos dadas,
caminhando sem pressa,
sentando na praça
e lendo uma história
até o anoitecer.
Deite em meu ombro
quando escurecer
e me permita absorver
os males
que não te alcançarão.
Pois em teu coração
está a pureza
e a certeza
que nada foi
e nada será
nessa vida
em vão.

By Cristian Ribas



quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O Melhor de Nós (poema)



Me deixe
admirar teus olhos
e me refletir
dentro de ti.
Um desejar distraído,
que amanhece tranquilo
e adormece em teu peito.
Simples magnetismo,
que transforma teu sorriso
em meu paraíso
e tua vontade
em minha necessidade.
É compartilhar
o que não se pode tocar,
e mergulhar no teu ser
onde vou encontrar
o melhor de nós.
É perceber
nas longas avenidas
ou noites infinitas
que não estou só.
E nesse nó
de sons distorcidos
e sonhos perdidos,
ouço tua voz
como linda melodia
e essa sintonia
tornam os dias
em gratidão,
por sentir teu coração
junto ao meu.

By Cristian Ribas

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Quando o Amanhã Acontecer (poema)





Antes de adormecer,
preciso saber
aonde você mora,
de como os sonhos
te moldaram,
nossos caminhos
se cruzaram
até a noite
ir embora.
Me conte
sobre sua luz
ao amanhecer,
das sombras
que teimam
em se esconder
e as ondas
que vieram
nos purificar.
Me faça caminhar
sobre o mar
pois a vida
é navegar no infinito,
refletindo estrelas
e agradecendo o destino.
E caso o amanhã acontecer
apenas serei de você
o retrato
mais bonito.

By Cristian Ribas

Ao Acaso (poema)




Te admiro
com a louça na pia,
com a panela no fogo
e a minha alegria.
Estou aberto ao acaso,
à estrada longa
que vira atalho
e transforma
o ato falho
no maior dos acertos.
Te quero por perto,
plantando sementes
no meu deserto
e me deixando repleto
com teu sorriso.
É flutuar no abismo
sentindo a magia
da tua bruxaria
que santifica a existência.
É trocar
a noite pelo dia,
admirar tua fantasia
e se entregar
ao destino.
E se der certo,
quero envelhecer
lendo pra você
todos os sonhos
que ainda estão
pra acontecer.

By Cristian Ribas

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Um Trecho de Meu Romance...





Um Trecho de meu romance, "Um Olhar Além do Moinho":

"  Depois de algum tempo, voltei a ver as estrelas. Elas estão tão claras e cintilantes que parecem me trazer notícias suas. Como se, nesse exato momento que observo o céu, você está olhando a lua cheia e pensando em mim, Refletindo no satélite toda a saudade que arrebata em meu peito.Que faz trancar o ar. E solta um intenso suspiro involuntário de quem deseja imediatamente o que não pode ter. Mas que no fundo, sabe e sente, que viverá cada segundo desse amor até parar de respirar.
   A verdade é que a noite me faz companhia e as estrelas cobrem minha cabeça para que eu possa ligar os pontos e desenhar nossos sonhos. Você na máquina de costurar criando belos vestidos. Eu cortando tecidos e fazendo o molde de belos ternos. Você caminhando sorridente pela praia. Eu com cara de bobo admirando tua beleza. Nossa casa com um imenso jardim e um abacateiro no quintal. Você plantando flores no entorno do moinho e as cuidando para me mostrar quando eu voltar. Eu cortando lenha pra abastecer nosso fogão a lenha. Você, tão linda, grávida, e depois, amamentando nosso filho. Eu me atrapalhando com a criança no colo e sem saber trocar fraldas. Nosso filho crescendo e nos enchendo de orgulho. E na frente do moinho, você e eu, bem velhinhos, de mãos dadas, admirando a paisagem, contando histórias, e nos amando, mesmo com o tempo levando toda a nossa juventude, mas deixando toda a nossa paixão e cumplicidade, lembrando dos momentos que só nós vivemos e sentimos..."

domingo, 23 de novembro de 2014

Outros Planos (poema)




Vamos tomar um café
numa noite qualquer
antes que o dia se perca
e a porta se feche.
Deixe
eu beijar sua mão
e te dar uma lambida,
carregar um riso bobo
ao te ver surpreendida
quando o padrão
e a rotina
são quebrados.
Vamos brincar
com os fatos,
adiantar os relógios,
mostrar
sonhos guardados
e dançar
um novo tango
sem melodia
pra acompanhar.
Cantar
entre a multidão
e quando a solidão,
nos fizer companhia
nas mesas vazias,
ainda haverão
histórias pra contar.
E ao partir,
mesmo com todos os enganos,
valerá a pena.
Pois vida é o que acontece
quando se está fazendo
outros planos.

By Cristian Ribas

sábado, 22 de novembro de 2014

O Humano Dele (poema)




Sobe na cadeira
sem pedir licença,
e me aponta com a pata
o que deseja.
Se atira nos meus pés
quando quer
meu carinho
ou fica arrepiado,
com o rabo incontrolável
quando está bravo
por eu lhe segurar
e afia as unhas
na beira do sofá.
Quase enlouquece
quando corto a carne
que lhe apetece
e mia descontrolado
como uma prece
quando quer
sua ração.
E quando
te dou atenção,
fecha os olhos
e ronrona alto,
podendo até ouvir
seu coração.
Toma conta
da minha cama
pois gosta de estar
sempre por perto.
Brigo, xingo,
desabafo
e ele está
sempre ao meu lado
querendo brincar
com tudo que atiça
sua curiosidade.
Eu vivo com felino,
que sempre me surpreende.
Com o amor que ele me dá,
não sei se sou seu dono
ou se eu sou
o humano dele.

By Cristian Ribas

A Diferença (poema)





Me deixe começar
do lugar
de onde sonhamos.
Mesmo cometendo
os enganos,
no longo percorrer
dos anos,
o tempo
sempre fará
a diferença.
Ainda tenho
minhas crenças,
de te deixar
as lembranças
e levar experiências.
Por mais que doa
cair da paixão
quando o coração
voa,
nunca será à toa
qualquer declaração
ou palavra solta.
Tudo terá volta.
Ainda mais
quando a bondade
tem a capacidade
de regrar
nossos atos.
E na solidão
o tempo mostrará
onde o amor
ainda está
e que nada
foi em vão.

By Cristian Ribas



quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Eu Sou o Amor (poema)





Ainda posso ser
o que menos se espera
e o que mais se deseja.
Sou a surpresa
que sempre encanta
e a lembrança
que não se apaga.
Sou a música
que ninguém canta,
a esperança
que se espalha
e a criança
que não cresce.
Sou aquela prece
que se faz em pensamento
e o tormento
se perde num sorriso.
Sou o improviso
que brinca com a memória
e a história
que se reinventa.
Sou a presença
que se completa no abraço
e o traço
que conclui
a sua pintura.
Sou energia pura
que corre pelas veias
e a centelha
que se perde no espaço.
Sou o amor,
eterno no tempo
carregado pelo vento
e presente
pra sempre
em sua alma.

By Cristian Ribas

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Trecho do Meu Futuro Projeto (Literatura)





Trecho de meu próximo livro...
"Nada como descansar após uma longa caminhada. Esticar as pernas, tirar os coturnos e tentar me aquecer numa fogueira. Sentir a paz e a tranqüilidade numa noite de acampamento. Mesmo que meu companheiro seja o fuzil e estejamos em território inimigo.
Como havia escrito, acabei sendo recrutado pelo sargento para fazer parte de uma patrulha de reconhecimento do terreno adversário. Felizmente, muito melhor do que ficar inundado numa espera eterna naquela trincheira. Me sinto muito mais animado, livre, revigorado, no contato com a natureza. Tudo bem, ela está muito aquém daquilo que conhecemos. Existe um imenso rastro de destruição pra todos os pontos onde meus olhos alcançam. Porém, com um olhar benevolente, é capaz de se ver a beleza da vida em cada canto..."

Além do Moinho (poema)



Lamento
pelo sol te cegar
e você não enxergar
o que está
além do moinho.
Lamento
por você
perder a oportunidade
de encontrar a verdade
nos braços da bondade.
Lamento
por ficar sozinho
num sonho divino
que você não soube
acreditar.
Lamento
pelo milagre desperdiçado
que teu medo exagerado
deixou escorrer
pelos dedos.
Lamento e respeito,
pois todos têm seu tempo
pra compreender que o amor
não é aquilo que idealizamos,
mas o que lutamos
e fazemos.
Pois amar
também é deixar partir
quem quer ir
mesmo sem saber
pra onde
ela vai seguir.

By Cristian Ribas

domingo, 16 de novembro de 2014

Esquina dos Amores (poema)




Oi, como está?
Passei aqui por passar,
pra ver se seu olhar
se ilumina ao me ver.
Foi meio sem querer.
Procurei a porta aberta,
espiei a luz na janela
pra ver se te encontrava.
Eu pensava em outras coisas,
recriando novas formas
de conviver com a solidão.
Mas, meu coração,
um romântico incorrigível,
sempre achou possível
viver de amor.
Ele se acha muito macho,
pensa que é de aço
e que suporta qualquer dor.
Depois, fica em pedaços,
lamurioso, calado,
achando que o mundo
está acabado.
Mas, ele renasce,
pois qualquer tempestade
sempre vai embora.
Vou ficar aqui fora,
seguindo meu caminho,
colhendo meus espinhos
pra te deixar flores.
Pois, como a estrada é longa,
nada me assombra
se nos cruzarmos
na esquina dos amores.

By Cristian Ribas


Obs; Poema é parte integrante do meu livro "O Amante da Rua", de 2009.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Cem Postagens. Obrigado!!!


Olá, amigos visitantes!

Com muita alegria cheguei a cem postagens no blog. Após cinco anos sem escrever e afastado das redes sociais, fiquei muito feliz em ver a receptividade dos meus escritos, com mais de 4500 visualizações. O entusiasmo e inspiração estão em alta. Estou concluindo meu primeiro romance e preparando pra lançá-lo no próximo ano.
Muita coisa boa acontecendo, e ainda por acontecer.

Obrigado pelo carinho de todos e ótima leitura!!!




quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Um Sopro de Setembro (poema)



Absorvo
um mundo absorto
onde um sonho morto
teima em renascer.
É meu eterno querer
que brinca de esconder
e reaparece
entre o silêncio do tempo
e o movimento do vento,
no rodar do moinho
que me deixar sozinho
e me leva até você.
É ver
além da palavra,
dos atos concretos
que parecem certos
mas cobrem os sentimentos.
Pois sei que estou aí dentro.
Firme, forte, intenso.
Um sopro de setembro
que se transformou em tempestade.
A verdade
é que a chuva purifica
e o lamentar do dia
será a mais bela
de todas as noites.

By Cristian Ribas

sábado, 8 de novembro de 2014

Teu Afeto (poema)





Me deixe observar
onde está o lugar
do teu afeto.
Não é naquele objeto
que enfeita os dedos
ou decora o teto,
no que te transporta
em estradas retas
ou te cobre
numa linda festa.
Não está nas flores
que disfarçam dores
que novos amores
te provocam.
Ou naquela cidade
que a vaidade
dá as cartas.
Ou na nova tecnologia
que te conecta no dia
mas te deixa vazia
durante a noite.
O teu afeto
está em meu toque.
No olhar que te compreende
e te derrete,
no abraço que te aquece,
no beijo
que te tira o ar
e no desejo
que te faz navegar
no mar dos prazeres.
Teu afeto
está no meu calor,
no pingo do meu suor
e na perda do controle.
Teu afeto
está no amor
que te entrego
mesmo sem recebê-lo
de volta.

By Cristian Ribas

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O Silêncio do Perdão (poema)





Posso ouvir
teu silêncio
pois sempre converso
com teu pensamento.
Seja na mágoa
que não se apaga,
ou na fala
que tristemente se cala
e na palavra
que fica guardada
quando o orgulho
é maior
que o arrependimento.
O momento
que era sagrado
fica opaco
por não ter sentimento
e o sofrimento
dita os passos
de quem os braços
não se envolvem.
E quando o amanhã morre
não se terá mais
o que se recuperar,
somente lembrar
que se deixou
o amor partir
por não saber
perdoar.

By Cristian Ribas

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Apenas Saudade (poema)




Não sou apenas saudade.
Sou a lembrança que invade,
a noite que não cabe
num dia
e torna poesia
o que esquecemos
por vaidade.
Sou mais que as imagens
que distraem a retina
ou as vozes que ecoam
na rotina
e ditam nossos medos.
Sou mais
que esse amor em segredo
que o orgulho cega
mas teu coração não nega
quando a solidão
te abraça.
Sou mais que disfarce,
sou a intensidade
de me entregar
sem arrependimentos
que o tempo
possa nos trazer.
Afinal, o único destino
é viver
sem deixar de ser
o amor.

By Cristian Ribas

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O Vagabundo e as Estrelas (poema)






Não tenho caneta,
mas escrevo teus sonhos.
Seja na madrugada fria,
na lua dormente,
no esquecer alguma coisa
e ficar contente.
Te dou minha alegria,
recheada de surpresas,
na compreensão dos fatos,
nas cenas dantescas,
te coroo com minhas jóias,
te cubro com as glórias,
que só o amor mais sincero
pode te dar.
Estou longe do meu lar,
pois minha casa é teu peito,
teu carinho,
teu cheiro,
todas as melodias
que só teu corpo sabe tocar
junto ao meu.
Mesmo vagabundo,
escrevendo nas pedras
que te darei as estrelas,
digo de boca cheia,
que te amo até dormindo.
Pois, se eu estiver sorrindo,
é porque estou sonhando
com você.

By Cristian Ribas

Obs: Parte integrante do livro "O Amante da Lua", de 2009.

domingo, 2 de novembro de 2014

O Desejo e a Alegria (poema)








Me perdoe, se tropeço nas palavras.
Se evito fórmulas,
e observo da sacada,
a paisagem hostil
com meus olhos pacíficos.
Prefiro cantar sem rimas,
pensar sem afinação,
repetir um novo refrão
do que cair na monotonia.
Pois te quero todos os dias.
Na cozinha alagada,
na toalha encharcada,
com a roupa suja
ou a camisa suada.
Não importa o instante,
se estivermos presos à rotina
ou escrevendo um inesquecível romance
no reflexo de nossas retinas.
Te quero.
Por simples intuição.
Sem a cama pronta,
os pratos na mesa,
a pontualidade britânica
que nunca chega na hora.
Pois o amor não escolhe momento.
É trazido pelo vento
e fica,
tão somente
se o desejo
se transforma
em alegria.

By Cristian Ribas

Obs: Parte integrante do livro de minha autoria "O Amante da Lua", de 2009.

sábado, 1 de novembro de 2014

As Tormentas (poema)





Ainda tenho esperança.
Mesmo na visão turva
que neblina a crença,
ou na recompensa
que não chega.
Ou no amor soterrado
pelos enganos que apagam
os sentimentos.
Sigo correndo,
lutando,
amando,
sofrendo,
me desvencilhando do ego
que me cobre de medo
e respirando
o perfume de outrora.
Agora,
o que mais desejo
é tua lucidez
pra acabar com esse mês
de tormentas.
Quero a ação
que teu coração precisa
mas teu orgulho insiste
em não nos mostrar.
Talvez, precisamos calar.
Simplesmente mergulhar
no abraço que purifica.
Ainda há um laço
que nos liga
e identifica
que só o amor
nos salvará.

By Cristian Ribas

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Onde os Sonhos Dormem (poema)



Eu sei que sentes saudade.
Por mais que a vaidade
faça a vontade ser pequena
e o orgulho
procure furos
no intangível,
sei que sentes minha falta.
No despertar do dia
e na forma fria
que a alma encara
os desafios.
Ou no desaparecer da noite
quando a dor se esconde
onde os sonhos dormem.
E fogem,
por achar que ser adulto
é desenhar no escuro
sem as cores do perdão.
Mas é mera ilusão
achar que meu coração
te ignora.
Ao contrário,
está impregnado
com tuas cores,
fragrância e sabores.
Mesmo com teu silêncio,
não estou sozinho.
Não há vento sem moinho.
Apenas pego o vazio
e sigo arredio
por não ignorar
a benção
que o destino nos dá.
Mas, saberei esperar.
Quando tua mágoa passar
saberá
que o amor é teu
e nunca te abandonará.

By Cristian Ribas

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A Ponta do Laço (poema)




Apenas ouço a canção.
Procuro dentro de mim,
a ponta do laço,
o mais fino traço,
capaz de desatar todos os nós.
E nós...
Que somos eu e você,
na distância dos enganos,
no vazio da falta de planos,
que não vimos o belo,
esquecemos de cuidá-lo
antes do amor partir.
E agora,
o que faço pra você sorrir?
Tentei ficar,
quando devia partir.
Tive de ir,
quando quis permanecer,
sempre tendo de escolher
entre dois caminhos
onde nenhum é o correto.
Pensei que tudo fosse concreto
até despedaçar em nossas mãos,
até perder meu coração
e encontrar o teu.
E agora,
quem sou eu?
Sigo o mistério de sempre,
me chocando com a parede,
por só olhar para meu umbigo.
Nunca quis falar sobre isso,
pois temi meu próprio medo.
Quis deixar em segredo
o que todos sabiam
e só agora eu sei.
Que eu pequei...
Não por te amar demais,
mas por me entender de menos.

By Cristian Ribas

Obs: Parte integrante do livro de minha autoria, "O Sentido dos Ventos", de 2007.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Cores Misturadas (poema)




Ouço muitas vozes...
Que falam alto,
mas não dizem nada.
Vejo muitos rostos,
de traços belos
ou assimétricos,
mas não me prendem a atenção.
Pois não é qualquer palavra,
que se torna poesia.
Não é qualquer melodia,
que se torna canção.
Não é qualquer mulher,
que toca meu coração.
Sou feito de emoção.
De fragmentos de inocência,
de grandes faixas de indecência
mesclados com minha bondade.
Carrego medos herdados,
sombras nítidas
quando falta o sol.
Mas, sou tempestade,
que o vento leva
e deixa o arco-íris.
E conheço tuas cores,
pois elas se misturam às minhas.
E de tão belas,
o resto parece
determinantemente cinza.
Então, vamos pintar o mundo,
com nossas mãos vazias,
jogando tinta aonde estiver
a falta de nosso amor
e alegria.

By Cristian Ribas

Obs: Parte integrante de meu livro "O Amante da Lua".

domingo, 26 de outubro de 2014

Cem Amores num Soneto (poema)



Ao te encontrar, eu me encontro.
Ao te perder, eu me perco.
Não que seja uma mera dependência.
Talvez, uma mera conseqüência
de um amor de traços e versos.
As sílabas não se encaixam,
as cores perdem sua intensidade,
a luz perde o seu calor,
as estrelas deixam o brilho.
Não que eu me ame de menos.
É que te amo demais.
Mas, no concerto das horas,
conserto minha lua
pra refletir o teu sol.
E só, recrio um novo universo.
Sonhos delirantes,
pequenos segredos,
caminhos misteriosos
que me levam até você.
Escrevo cem amores num soneto.
Sem rimas,
apenas desejos.
Sem métricas,
apenas vontades.
E fico assim,
pairando nuvens claras,
pintando num céu de veludo,
a viagem abandonada pelos deuses
que provocou nosso desencontro.
Mas te encontro sempre.
Nos meus olhos,
no meu sorriso,
no meu peito...
Pois sou tua metade.
Nada mais que a verdade.
Pois, por mais que eu vague
pelas esquinas,
ou cruze as encruzilhadas
dos corações partidos,
é em mim que está tua paz
e nada me fará tão feliz.
Pois me completa.
Te deixo repleta.
E por mais que negue,
o tempo, nobre imortal,
nos doará um pouco de sua sabedoria
e roubará nossa ignorância.
E seguiremos inconscientes
percorrendo os caminhos já traçados,
que se cruzarão logo adiante.
Pois é do amor que nascemos.
Por ele procuramos, vagamos e sofremos.
E encontraremos o que já nos foi reservado.
Só o amor.
O amor tão só.

By Cristian Ribas

Obs: Parte integrante do livro "O Sentido dos Ventos", de minha autoria, em 2007.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Esperanto (poema)



Escrevo pra te alcançar.
Simplesmente,
porque meus olhos não te vêem
mas minha alma te espera
lá na frente.
Sei que é incoerente
traçar nossos planos,
herdar o abandono
e te dar,
de presente,
minha singela companhia.
Mas meu coração
é meu guia.
E mesmo na excassez desses dias,
na razão desequilibrada
que te faz sofrer
por viver na fantasia
o que não te pertence.
Como gostaria
que você entendesse
que não há como desistir,
pra onde correr,
tentar fugir
de quem você é.
Se ainda estamos de pé
é porque temos um valor
que a moeda não paga
e que o amor
não é uma estrada
cercada
só por dor e sofrimento.
E no lapso do tempo,
leio teus pensamentos
em esperanto,
como um canto
que você conhece
mas ainda não sabe
a tradução.

Cristian Ribas

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A MetAMORfose (poema)


Abandonei Kafka na cama
e ao adormecer,
despertei meus sentidos.
Criei asas,
voei entre fadas
e me transformei
naquilo que todos sabiam
e só eu temia conhecer.
Não sou mais minha pele,
a cor dos meus olhos
ou os acordes da minha voz.
Hoje, eu sou nós.
Nos pesadelos que tiram nossa paz
ou na alegria que ilumina os dias.
Na dança sem ritmo
ou na canção melodiosa
que só ouço em teu coração.
Por isso que,
sozinho
perco o brilho,
esqueço as virtudes
e caio no solo.
Só contigo,
volto a ser eu.
E não é mera dependência,
apenas exigência
de meu amor egoísta
que reflete em qualquer palavra
o valor da tua existência.
Pois, não te amo só por quem tu és,
mas por quem sou
quando estou contigo.

By Cristian Ribas

Retirado de meu livro "O Amante da Lua", de 2009.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Um Setembro Qualquer (poema)




Ainda custo a acreditar
nas voltas que o mundo dá
e como vim parar
no mesmo lugar.
Parecia um setembro qualquer
quando um homem
reencontra uma mulher
e no desabrochar da primavera
tudo que se espera
estava lá.
Num sonho real
de sorriso angelical
e noites infinitas.
Como se a leve brisa
de sua beleza
arrebentasse a represa
de meus sentimentos.
Por um momento,
voltei a acreditar
em utopia,
na intensa magia
de um olhar
ou no pulsar
de dois corações.
As emoções foram entregues
e tudo o que se podia sentir
me fazia sorrir
por natureza.
Como um rio
que vira oceano
e jamais fica vazio,
que cresce com a tempestade
e se revigora com a idade.
Mas de repente,
chegou o frio.
O que era freqüente
perdeu-se no medo
e na intolerância,
o amor leve de criança
transformou-se em desconfiança
adulta e madura,
um retrocesso complexo
que busca nas curvas
as razões pra ficar pelo caminho.
E o que era dois
agora segue sozinho.
Não por falta de amor
mas pelo redemoinho
que criou-se no orgulho,
pela dor
vinculada à vaidade
e pela impossibilidade
de tirar da caverna
quem não consegue
ver a luz.
Se ainda resta cruz,
carregarei sem remorso,
mesmo na dormência do ódio
pela própria impotência.
Então, me ajoelho,
peço paciência
e perseverança.
Ainda há muitos meses pra chegar
e quando eu acordar
sei que o amor estará lá.
Hoje, amanhã
ou em um setembro qualquer.

By Cristian Ribas

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Passatempo (poema)



Por mais que o dia
mantenha sua ironia,
sigo com a mesma mania
de prosseguir.
Mesmo quando os enganos
mudam os planos
e os medos
expõem segredos
que o silêncio
guarda,
ou quando se retarda
o ansiado encontro
ferido sob escombro
que o velho monstro
não fala,
mantenho minha rotina
de sorrir.
É uma densa teimosia
abandonar as sentenças
jogadas sobre a cabeça
e não perder a destreza
de acreditar.
E mesmo quando
eu não acordar
quero deixar
como legado
que meu fardo
é mais leve
do que se possa imaginar.
Pois se plantei amor,
a dor
é mero passatempo
até que o sofrimento
faça sentido.

By Cristian Ribas


sábado, 18 de outubro de 2014

Duas Mãos (conto)



   Minhas mãos ainda tremem e o coração teima em sair pela boca. Meu nervosismo é tanto que, instintivamente, passo a mão em meus cabelos tentando disfarçar o branco que se espalha em minha cabeça. Automaticamente, meu sorriso bobo não condiz com minha idade e o suor de minhas mãos me faz mergulhar na lembrança de quando a vi pela primeira vez naquela tarde de inverno. E mesmo que os anos tenham passado e as rugas tenham desenhado o mapa de minhas experiências em meu rosto, a minha alma é adolescente. Me sinto completamente sem chão. Talvez, porque aquele sorriso de outrora, no mergulho mais profundo de meus sentidos, ainda me faça voar.
   Ao senti-la em minha presença, um redemoinho de emoções me levita e me choca às nuvens. Jamais imaginei que, mesmo com o passar dos dias, ela estaria mais bela. Um brilho de menina meiga no corpo de mulher madura me transporta ao nirvana. Não consigo reconhecer onde estou, os sons que me circundam ou as cores que pintam o horizonte. Um magnetismo translúcido direciona todos os meus sentidos para ela. O mesmo cheiro, o mesmo olhar, a mesma sensação que me faz perder todas as respostas de homem maduro. Que joga todas as inseguranças sobre a minha cabeça mas que, ela, simplesmente ela, me liberta.
   Ao me aproximar e sentir um terremoto em minhas pernas, consigo pegar em sua mão e dizer um "oi" sem desviar o olhar. Vejo que seu sorriso tímido segue intacto e seu olhar foge para o chão, mas volta, mais intenso e inebriante. Ao estender minha mão ao seu rosto e mexer em seu cabelo, é como se cada ano perdido fosse recuperado. E aquele sentimento esquecido num canto entre a ilusão e a saudade viesse soterrando qualquer indagação. Tudo o que me importava era ela. E quando pude sentir seu abraço, sua cabeça reclinada em meu peito com meus braços envoltos em seu corpo, eu voltei a sentir a fusão de nossas emoções. Senti como se nossas almas nunca tivessem separadas. E percebi que o tempo não passa de números quando se reencontra o melhor de nós mesmos em alguém.
   Não sei se é dia ou noite. Se chove lágrimas ou se os pássaros cantam em revoadas. Só sei que, nos braços dela, é onde quero permanecer, renascer e morrer. Por mais que a vida nos desafie com suas batalhas, o destino sempre se encarrega de ser irônico e justo. E mesmo que a rotina da distância tenha tornado tudo cinza, vejo com clareza que, todas as cores, só podem ser pintadas, em duas mãos.

By Cristian Ribas

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O Melhor Caminho (poema)



Não precisa
tirar o óculos
para que eu
reconheça
o brilho
dos teus olhos.
Ainda vejo
teus sonhos,
mesmo
que os monstros
persigam teus medos,
que os receios
circundem tua sina
e a rotina
limite as vontades.
Ainda é possível
reconhecer a verdade
mesmo que
a realidade
não seja
o melhor caminho,
e a saudade
sempre nos encontre
quando estamos
sozinhos.
E na distância dos sentidos,
cubro meus ouvidos
para ouvir
teu coração.
E a emoção
ainda sobrevive,
mesmo no passar das horas
e bem antes
que o amor termine.

By Cristian Ribas

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A Sombra da Lua (poema)



Talvez não tenha sido
um dia bom.
De nuvens densas
e palavras confusas,
notícias tristes
ou desejos perdidos.
Talvez o medo escondido
ainda tenha formas
e a sombra da lua
se transforma
em escuridão.
Talvez a febre
ainda nos cegue
enquanto a lucidez
for tão pequena.
Mas mesmo na distância,
sei da tua grandeza,
intensidade e beleza,
e que esse brilho
jamais se apagará.
Na distância dos polos,
tua alma deseja colo,
teus olhos
um sorriso
e teu corpo
um repouso.
E mesmo que pareça
tudo morno,
reconheça
que o fogo
não se apagará.
E quando
um novo dia chegar,
em alguma curva
irei te encontrar,
te dar meu abraço
e todo cansaço
deixará de existir.
O amor é o que somos,
o que levamos,
o que deixamos
e o que encontraremos
até o céu cair.

By Cristian Ribas

Cabelos Brancos (poema)







Ainda vejo
nos seus olhos
o brilho
que me encanta,
a esperança
que me inspira
e a lembrança
que me move.
Ainda vejo
muito mais
que a sorte.
Mais do que enganos
e medos,
mais do que tropeços
ou pesadelo.
Sinto o amor
intenso,
o sentimento,
o abraço
e o afeto.
Sinto a vida
arrepiar a pele,
o beijo
que se transforma
em febre
e o desejo
que sacia
a sede.
Sinto o tempo
parar
e a areia
escorrer
por entre os dedos.
E mesmo
em meus cabelos brancos,
sou menino
que o destino
transforma
ao teu lado.

By Cristian Ribas