terça-feira, 15 de julho de 2014

Os Meus Primeiros Discos


Após cumprir meus deveres domésticos com esmero nesta manhã ensolarada, tento recuperar-me da DPC (Depressão Pós-Copa). Enquanto o Walter dorme na cadeira ao lado, com aquele sorriso cínico de quem foi campeão do mundo (como ele é amarelo, coloquei seu nome em homenagem ao capitão da seleção alemã campeã mundial de 1954, Fritz Walter), a Nevasca se aproveitou da minha distração e pulou no meu colo. E quer ver tudo o que estou escrevendo. rs

Pra sair um pouco da rotina futebolística desta Copa do Mundo histórica que vivemos, resolvi mexer no baú de minhas memórias, tirar o pó das lembranças e recordar um dos prazeres que a tecnologia nos roubou: de ir numa loja e comprar um cd ou disco. Ou até mesmo, gravar uma fita cassete com nossa coletânea pessoal ou ficar com o botão "rec" e "pause" pressionados só esperando aquela música que a gente gosta mas só ouve no rádio. Era muita emoção... rs

No início de 1987, acompanhei minha mãe e meu ex-padrasto no Centro Comercial João Pessoa (hoje em dia é Shopping). Na loja da Renner, ela olhava os discos e me disse que eu poderia escolher três álbuns. Nossa, meus olhos brilhavam!!! Meu vizinho da frente, o Giovane, sempre tinha seus discos. A gurizada na escola sempre falava e cantava as músicas do momento. E eu poderia ter meus discos. Pois, sempre que eu revirava a coleção de minha mãe, só tinha Roberto Carlos, Julio Iglesias, dupla sertaneja e trilha de novela. Difícil catar algo interessante. rs

Bom, quando ela me passou essa árdua missão de escolher três álbuns. Como na casa de meus primos Marcelo e Marcos eu sempre ouvia seus discos, e eles tinham uma vasta coleção, não tive dúvidas em escolher os dois primeiros:


- Legião Urbana - Dois:
Dois é o segundo álbum da banda brasileira de rock Legião Urbana, lançado em julho de 1986. Ocupa a 21ª posição da lista dos 100 maiores discos da música brasileira pela Rolling Stone Brasil. Naquele momento, músicas como Quase sem Querer e Eduardo e Mônica eram hinos entre a criançada, mas a minha preferida era "Tempo Perdido". Um hino que até hoje marca minha geração. E ao ouvir o "Long Play", descobri pérolas como Andrea Doria, a instrumental Central do Brasil e o prolongamento mágico em violão de Tempo Perdido. 
Confesso que "Índios", apesar da letra fantástica, não soava bem no meu ouvido graças àquele teclado estilo "Joy Division". rs Só no acústico da Legião é que me rendi à sua poesia.




- Paralamas do Sucesso - Ao Vivo no Festival de Montreaux
Um álbum ao vivo de uma banda no auge. Uma coletânea empolgante da banda que começou o movimento de Brasília. Além dos clássicos "Meu Erro" e "Óculos", na minha memória juvenil ficaram marcadas "Será Que Vai Chover?", o antagonismo da letra de "A Novidade" e o questionamento de "Selvagem". Épico!



- Banda TNT (álbum de mesmo nome)
Fiquei em dúvida se levava a trilha sonora do filme "La Bamba", mas escolhi este. Rock gaúcho em efervescência, numa época de Replicantes, Taranatiriça, Engenheiros, Nenhum de Nós, Garotos da Rua, entre outros.  Continha clássicos como "Ana Banana", "Oh, Deby!" e "Cachorro Louco". Era um rock básico, sem frescura e com muita intensidade. Pra um guri de onze anos, sensacional! rs

Cortei muita grama ouvindo estes discos no "3 em 1" da Dona Cleusa, colocando as caixas de som pra rua. rs Depois disso, vieram outras bandas, outros álbuns, mas só aos 20 anos fui descobrir a banda que faz a trilha sonora de minha vida. 

Mas isso, é outra história...

Que saudades da Copa!!! rsrsrs

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Argentina x Alemanha - As Finais

Enquanto observo a cafeteira trabalhar como uma ampulheta e o som do secador de cabelo da minha esposa deixa o Walter arrepiado, vejo na TV a devastação causada pela derrota de 7x1 para a Alemanha. Não há mais propagandas ou chamadas sobre a Copa. Jingles ou debates acalorados. Tudo virou lamentação, piada e terra arrasada. Esquecendo, de súbito, que vivenciamos uma Copa do Mundo fantástica. E, apesar do nosso desejo íntimo, teremos uma final digna e grandiosa por tudo o que vivemos.

Maradona com a taça em 1986. Matthäus em 1990. E em 2014?


Com 6 anos de idade, eu vi a final de 1982. Quer dizer, uma parte, pois lembro de acordar num cochilo de tarde dominical e ver a Itália fazendo gol sobre a Alemanha. Eu não tinha a dimensão do que eu vivenciava. Isso só foi acontecer quatro anos mais tarde. Com 10 anos, vivi toda a expectativa daquela copa. Colecionava as figurinhas do chiclé Ping Pong, anotava as escalações para meus times de botão, os resultados na tabela da copa, esperava o Araken "o gol-man" após os jogos do Brasil, jogava bola na rua imaginando ser Elkjaer, Laudrup, Butragueño, Hugo Sanchez, Belanov, Zico, Careca, Burruchaga, Rummenigge, Pfaff, Schumacher, Gerets, Lineker, Matthäus, Maradona, entre tantos outros craques que pairavam em nossa imaginação infantil com suas façanhas. Logo, uma final de Copa do Mundo entre Argentina e Alemanha me soa muito familiar.

Gol de Völler na final do México


Em 1986, na velha TV Telefunken preto e branco de minha avó, lembro de toda a expectativa do jogo final. De tudo o que Maradona já tinha feito até então e da facilidade com que a Alemanha venceu a França na semifinal. Do Osmar Santos (preferia o Luciano do Valle) narrando a final na Globo. O gol de cabeça do zagueiro Brown. O segundo gol de Valdano no início de segundo tempo. A incrível reação alemã que, na pressão, buscou o empate. A genialidade de Maradona, no final, lançando Burruchaga e fazendo o gol do título. E o que ficou mais marcado em minha memória: após a festa, encontrar todos os meus amigos e falarmos sobre a final. E é claro: jogarmos bola.

Gol do título de Burruchaga, para desespero de Briegel e Schumacher.


Na Copa de 1990, ficou muito marcado a eliminação pra Argentina nas oitavas, no melhor jogo do Brasil, com três bolas na trave, mas, novamente, a genialidade de Maradona resolveu tudo. Como essa eliminação precoce da seleção modificou as transmissões, da torcida por Camarões, como Goicochea defendia pênaltis e como tecnicamente os jogos eram fracos, com as defesas sempre recuando a bola para os goleiros. Foi o ápice do legado negativo da derrota do Brasil em 1982: o medo de perder era maior que a vontade de vencer.

O gol do título de 1990. Brehme superando Goicochea.


Na final em Roma, a Alemanha (que tinha feito uma campanha muito melhor) massacrou a Argentina. Dominou o jogo o tempo inteiro. Maradona (pra quem eu torcia no Napoli, no campeonato italiano) não tinha espaço. Não lembro dos "albicelestes" finalizarem. O que ficou muito nítido, foi um pênalti claro não marcado, e o pênalti marcado que não foi. Vitória alemã de 1x0, gol de pênalti. Merecido, mas injusto da forma como aconteceu. Um retrato fiel da pior Copa do Mundo tecnicamente já disputada.

Völler e Matthaüs cercam Maradona. Sem espaço para ser genial em Roma.


Nessa final no Maracanã, por tudo o que já fez, a Alemanha entra em vantagem. Um jogo coletivo, de alta velocidade e rotatividade. O jogo contra o Brasil não conta. Aquilo foi uma hecatombe que só ocorre a cada cem anos. Já a Argentina, chegou até aqui graças à genialidade de Messi (assim como Maradona no México 86 e Itália 90) e o reconhecimento de sua fragilidade defensiva, o que ocasionou uma dedicação de todos pra suprir esta debilidade.

Antes de começar a Copa, eu brincava que o Governo Brasileiro estava investindo pesado pra Argentina ser campeã. Pois, se existe uma característica em que os "deuses do futebol" são moldados é a ironia. E não há nada mais irônico do que ver o país invadido por argentinos com seus cânticos e entusiasmo. E o Brasil decidindo o 3º lugar na capital federal no estádio mais caro do mundial, para o Gama e o Brasiliense jogarem a série B e C.

Torço para alguém? Não sei. Verei esta final de sangue doce. A Alemanha com seu trabalho de 10 anos coroado ou a Argentina levando Messi ao status (merecido) de semideus de Maradona. Quem vencer será merecedor e premiará o Brasil com chave de ouro no encerramento desta Copa surpreendentemente fantástica, única, emocionante.

E inesquecível.





quarta-feira, 9 de julho de 2014

7x1 - O Maior Legado da Copa: A Vitória do Planejamento sobre o Ufanismo

Uma das vantagens de "envelhecer", é ter a noção exata de quando se está presenciando a história. De saber que, aquilo que estamos vivenciando, ficará eternizado na nossa retina, mente e corações. Seja como algo grandioso, majestoso, magnífico. Ou, como catástrofe, tragédia, ferida. 
Ontem, a frase que mais pronunciei foi: "estamos presenciando a história". Será um daqueles acontecimentos que, sempre que nos perguntarem, nós lembraremos bem onde estávamos e o que fazíamos. Como, por exemplo, a morte do Senna, a queda das Torres Gêmeas ou a Batalha dos Aflitos. A partir de hoje, até o resto de nossos dias, ouviremos a pergunta: o que aconteceu?

Precisamos ter um pouco de Alemanha dentro de nós.


Antes de ser brasileiro, gaúcho e gremista (não necessariamente nessa ordem), sou um apaixonado por futebol. E sou fã incondicional da Bundesliga (Liga Alemã) desde 1992, quando a TV Cultura começou a transmitir seus jogos. Eu vi, em dezembro de 1992, o amistoso entre Brasil 3x1 Alemanha no Beira Rio, encantado com a seleção germânica: Matthäus, Völler, Klinsmann, Hassler, Augenthaler, entre outros. Tenho a camisa 10 da conquista de 1990, a mais bela de todas. E posso, em uma única frase o que aconteceu: a vitória do planejamento sobre o ufanismo. E provarei isso contando uma historinha.

Na Eurocopa de 2000, na Holanda e Bélgica, a Alemanha foi eliminada na fase de grupos. Baseada nisso, a Federação Alemã de Futebol (Deutcher Fussbal Bund) viu que seu estilo germânico de jogo, pragmático, baseado na força, altura e imposição física, estava defasado. Algo novo tinha que ser criado. Foi o surgimento de um novo conceito e metodologia.

Desde então, todos os times da primeira e da segunda divisão são obrigados a construir um centro de excelência para jovens. O segundo passo foi criar critérios para avaliar essas academias sob o ponto de vista de infraestrutura - campos, vestiário, equipamentos técnicos- e de pessoal -exames para técnicos, psicólogos e preparadores físicos. Com isso, o investimento dos clubes crescia a cada ano em suas divisões de base. De início, os times investiam R$ 125 milhões por ano, número que praticamente dobrou depois de 12 anos. No total, clubes da primeira e segunda divisão já gastaram R$ 1,4 bilhão com infraestrutura e pessoal para a formação de atletas.

Em paralelo ao trabalho da liga, a DFB instalou 366 centro de treinamentos de excelência pelo país, em associações com escolas, que atendem garotos de 10 a 14 anos. São verdadeiras escolas de futebol em que é feito um treinamento individualizado para cada jovem atleta. Cerca de 14 mil jovens são atendidos por essas escolas. Depois dos 14 anos, eles podem ter acesso às academias dos clubes.
O programa tem como objetivo incentivar a prática do futebol, mas também tem a intenção de que isso seja feito em paralelo com a formação escolar. A DFB, por exemplo, tem uma estatística que demonstra qual o percentual de seus jovens jogadores que se dedicam prioritariamente à gramática ou a ciências exatas. Há também psicólogos para acompanhar os garotos e organizar suas tarefas de forma que não exista prejuízo à escola por conta da atividade do futebol. Assim, boa parte dos atletas que se tornam profissionais também conseguem ir para a universidade.
Com exceção do veterano Miroslav Klose, todos os 23 convocados pelo técnico Joachim Löw passaram por esses centros de excelência, que ajudaram a formar a que, para muitos, é uma das melhores gerações da história recente do futebol alemão.
Também podemos lembrar a preparação da seleção alemã. Ao chegar aqui, a DFB não encontrou nenhum local com a estrutura desejada. O que fizeram? Construiram um centro de treinamentos em Santa Cruz Cabrália, para adaptação ao clima do nordeste, onde teriam a maioria dos jogos da primeira fase da Copa. Enquanto os técnicos da Inglaterra, Itália e Espanha reclamavam do calor, os alemães treinavam na Bahia às 13h, devido o horário dos jogos.
Ah, antes que me esqueça, a Alemanha, no último amistoso da Copa, perdeu seu principal atacante, Marco Reus, do Borussia Dortmund. Alguém sentiu falta?
A Alemanha vem num processo de amadurecimento e resultados. Terceiro em 2006, em casa, muito comemorado. Vice na Euro 2008. Terceiro na Copa de 2010. E Terceiro na Euro 2012. E agora, o que merecem?

E o Brasil? Na apresentação, Carlos Alberto Parreira declarou de pulmão inflado no dia da apresentação da seleção brasileira: "chegou o campeão". Dependíamos única e exclusivamente da genialidade de um garoto de 22 anos. E percebemos, nas penalidades contra o Chile, uma equipe sufocada pela pressão de ter de ser aquilo que esperam, e não, o que realmente é: uma equipe jovem que carece de valores e experiência, carregando o fardo da obrigatoriedade de um título para o qual não nos preparamos. Como entidade (CBF) e como país. 
Aliás, a CBF é um penduricalho político, multimilionária, com a mesma "administração" desde 1989, sem nenhuma preocupação ou ação com as verdadeiras carências do futebol brasileiro. E tão cedo, não mudará.
Pra encerrar, deixo um texto do Técnico Sidney Moraes, do Náutico/PE, lido pelo apresentador Milton Neves ontem à noite em seu programa. 

“Isso representa mais que um simples jogo! Representa a vitória da competência sobre a malandragem! Serve de exemplo para gerações de crianças que saberão que pra vencer na vida tem-se que ralar, treinar, estudar! Acabar com essa história de jeitinho malandro do brasileiro, que ganha jogo com seu gingado, ganha dinheiro sem ser suado, vira presidente sem ter estudado! O grande legado desta copa é o exemplo para gerações do futuro! Que um país é feito por uma população honesta, trabalhadora, e não por uma população transformada em parasita por um governo que nos ensina a receber o alimento na boca e não a lutar para obtê-lo!  A Alemanha ganha com maestria e merecimento! Que nos sirva de lição! Pátria amada Brasil tem que ser amada todos os dias, no nosso trabalho, no nosso estudo, na nossa honestidade! Amar a pátria em um jogo de futebol e no outro dia roubar o país num ato de corrupção, seja ele qual for, furando uma fila, sonegando impostos, matando, roubando! Que amor à pátria é este! Já chega!!! O Brasil cansou de ser traído por seu próprio povo! Que sirva de lição para que nos agigantemos para construirmos um país melhor! Educar nossos filhos pra uma geração de vergonha! Uma verdadeira nação que se orgulha de seu povo, e não só de seu futebol!!”

É um momento histórico. E espero que sejamos capazes de reconstruir nossos conceitos, com humildade e trabalho. Que o mérito, assim, aparecerá.











domingo, 6 de julho de 2014

Banda Bruha - O Que Nos Move é Rock'n Roll




Qual é o ritmo que nos move? Qual a melodia que condensa os sentidos e transcende a alma? Qual a batida que nos faz correr sobre as nuvens e mergulhar no mais profundo do nosso ser? O que faz rolar as pedras e acalentar o coração? O que nos faz questionar o universo e molda nossa personalidade? O que explode em nossa mente e corre em nossas veias? Bem, o que posso dizer que o que nos move é rock'n roll.

Alf, Coisinha e Rafinha


Ainda escreverei aqui como aprendi a tocar violão e toda a sina até que eu realizasse esse desejo de infância. A música sempre esteve no meu DNA. Meu avô paterno, Seu Chico Alfaiate, tocava acordeon, e minha avó paterna, Dona Soely, cantava na igreja. Minha tia paterna, Tia Helaine, é professora de música. E meu pai foi músico profissional, cantando na noite (literalmente) até o último momento de sua vida. Meu primo (e irmão de alma) Anderson tocava. E eu cresci nesse universo sempre querendo aprender a tocar. Mas isso é uma outra longa história... rs

Eu e Rafinha


Avançando no tempo, depois que eu aprendi a tocar, eu andava sempre com o violão debaixo do braço, tocando sempre que eu tinha oportunidade. Eu era um baita fominha!!! rs Como eu só aprendi a tocar aos 18 anos, não podia ver um violão que eu queria tocar. E nesse universo, entra um grande amigo de adolescência em Gravataí, Rafael Sartini Coimbra (Rafinha).

Alf, Chelo, Coisinha e Eu


Nas andanças que a vida nos proporciona, lá pelos anos 2000, eu morava na praia, em Tramandaí. Mas sempre mantive o contato com meus amigos. Nisso, o Rafinha aprendeu a tocar e virou um excepcional guitarrista. Junto do Rodrigo "Coisinha" (vocal), Marcelo "Chelo" (baixo e bateria) e Fernando "Salsicha" (bateria e baixo), criaram a Bruha. O nome é inspirado num clã de vampiros num jogo de RPG. Lá por 2004, eu fui convidado. Entrei como guitarra base e, logo após, assumi os vocais. Mais tarde, Chelo saiu e Adriano (Alf) assumiu o baixo.

Rafinha, Coisinha e Eu

Rafinha e Salsicha


Creio que foi uma boa mistura. O Rafinha é um grande fã do Guns'n Roses. O Salsinha é fã do Metallica. E eu um fã incondicional do Oasis e da melodia do rock inglês. Devido a distância (mais de 100 km), após um ano de banda, acabei saindo. E na seqüência, o grupo acabou. Por diversas vezes, ensaiamos um retorno. Mas devido às adversidades impostas pelo destino, não se manteve.

Rafinha


Alf e Eu

Chelo

Eu


Coisinha e Chelo

O mais legal da Bruha é que tínhamos influências diferentes, mas curtíamos demais quando ligávamos a distorção e essa ecoava em nossos sentidos. Afinal, tínhamos um "guitar hero" (Rafinha), um baterista mestre na pedaleira dupla (Salsicha), um baixista silencioso e virtuoso (Alf) e o melhor compositor heterosexual do rock brasileiro (um tal de Cristian Ribas)... rsrsrs

Salsicha

Salsicha



Tô apanhando pra anexar músicas aqui. Assim que eu conseguir, eu aviso. rsrsrs



Afinal, por mais que o tempo passe, o rock'n roll sempre nos moverá.




quinta-feira, 3 de julho de 2014

Os Times da Gulliver

Após o Walter me acordar  e deixar a louça limpa, resolvi dar uma passada por aqui, em mais um dia de abstinência futebolística de copa.

O mundial de futebol, pra mim, sempre traz lembranças afetivas. Me faz recordar de meus avós, meus amigos de rua, meus primos, do chiclé Ping Pong, do Pelebol, da cancha, dos abacateiros no final da rua que se transformavam em goleira, de muitas coisas singelas mas que marcaram a minha formação como pessoa. E uma delas, como eu já havia falado em futebol de botão, foi a Gulliver e seus esquadrões. Principalmente porque, graças à copa, as lojas de brinquedos e supermercados trazem à tona este brinquedo.
Seleções Gulliver


Numa pesquisa no Mercado Livre, encontrei uma oferta da recriação dos escudos da Gulliver dos anos 70 e 80. Achei isso incrível porque, na atualidade, devido aos custos de direitos autorais, junto com os botões não há mais escudos, e sim, bandeira dos países. E cá entre nós, não é a mesma coisa. Quem vê a bandeira da Itália, da Holanda, da Alemanha e do Japão, não entende porque a cor do uniforme é diferente de seu pavilhão nacional. São coisas que só o futebol e sua magnífica história explica.

Times Nacionais e Estrangeiros


A última publicação de escudos de seleções da Gulliver foi na Copa de 2002. Porém, o momento áureo do futebol de mesa foi nos anos 80. Qualquer bazar ou supermercado tinha times de botão, com escudos dos mais variados. Mesmo morando aqui no Rio Grande do Sul, eu tinha na minha coleção o Santa Cruz e o Sport Recife (Pernambuco), Vitória e Bahia, Figueirense (Santa Catarina), e até os times de Campinas (Guarani e Ponte Preta).  O sucesso foi tanto que, em seguida, inspirados pela transmissão dos campeonatos italiano e espanhol, foram lançados clubes estrangeiros. Eu recortava as escalações dos jornais e das minhas revistas Placar e colava nos botões. Cada dia, nós fazíamos um torneio diferente na rua: campeonato brasileiro, copa do mundo, eurocopa, campeonato italiano, entre outros.

Alemanha by Cristian Ribas


Com a evolução dos videogames, essa febre do futebol de botão foi arrefecendo. E com a limitação de times, isso foi se perdendo. Mas, graças a devoção de muitos botonistas fiéis, isso renasceu. Há vários blogs com publicações de escudos. Eu mesmo ressuscitei esta minha paixão arcaica graças a possibilidade de montar o próprio time e coleção.

Argentina by Cristian Ribas


Confesso que fiz minha própria Copa do Mundo de botão, mas não revelarei o resultado. Vai que tenha algum supersticioso de plantão achando que sou "Mãe Diná". rs Mas o bom de tudo isso é saber que, em tempos de imediatismo, stress e tecnologia, você pode imaginar que tem os maiores craques do mundo à sua disposição. Então, nesse "dejavú", resolvi recriar modelos Gulliver de escudinhos, mesmo não sendo o mais habilidoso nas artes gráficas. Mas, o mais importante, é deixar vivo sempre o que há de melhor em nós. Isto é, aquele espírito infantil capaz de se satisfazer com as coisas singelas e belas desta vida.

União Soviética by Cristian Ribas