segunda-feira, 30 de junho de 2014

Meu Primeiro Jogo de Copa - Espanha 1982


Enquanto eu espero meu pão caseiro assar (é isso aí, eu meto a mão na massa!!! rsrsrs), sorvo meu café ouvindo rádio aguardando o último jogo da Copa em Porto Alegre, Alemanha x Argélia.

Essa tarde chuvosa me fez revirar minha memória lúdica e futebolística. Nesse vasto baú de belas lembranças, ainda inebriado pelo clima de Copa, busquei meu primeiro jogo de mundial. Eu tinha 6 anos na longínqua e inesquecível Copa da Espanha. Eu lembro do sorteio dos grupos, meu encantamento com as bandeiras, que meu falecido avô, seu Chico Alfaiate, me ensinou os países e capitais, e meu delírio por querer aquelas mini bolas da adidas que eram abertas com o nome das seleções (hoje eu tenho uma mini bola Tango, mas não dá pra abrir... rsrsrs). De um amistoso Espanha e Escócia, onde eu não distinguia quem jogava de vermelho (Espanha) ou de azul marinho (Escócia) na TV Telefunken preto e branco de minha avó. Mas ficou na minha retina dois momentos em especial: o jogo de abertura, Argentina 0x1 Bélgica, e a estréia do Brasil contra a União Soviética.



No primeiro jogo, enquanto o mundo esperava pela estréia de um jovem craque argentino (um tal de Diego Maradona) a Bélgica fez o crime. Mas o que ficou marcado na minha retina, foi uma imagem singela: um menino com a camisa da Espanha, no centro do campo, abre uma bola, e de dentro, retira uma pomba, a joga no ar, que sobrevoa todo o estádio. Uma cena significativa, levando-se em consideração o que ocorria pelo mundo: Malvinas, Irã x Iraque, Afeganistão, Guerra Fria, ditaduras na África e América Latina, etc.


E meu primeiro jogo do Brasil, numa tarde gélida e chuvosa como esta foi contra a União Soviética. O que mais me chamou a atenção foram as letras CCCP no peito dos jogadores russos. Meu avô, Seu Chico, me explicou que significava União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Nunca esqueci. Do meu avô e do jogo. Um 2x1 dramático. Uma virada espetacular de um time fantástico. Tanto que, ano passado, realizei meu desejo infantil e comprei a camisa da União Soviética.

Bem, o pão abatumou, o Walter e a Nevasca alugaram a cama e o jogo entre Alemanha e Argélia está fantástico. Mais uma tarde inesquecível, vivenciando as coisas simples da vida, 32 anos depois.




terça-feira, 10 de junho de 2014

A Maior Tragédia da (Minha) História do Futebol de Botão

A minha infância sempre foi muito simples. Meus brinquedos eram poucos, mas envolviam duas grandes paixões, que me acompanham até hoje: futebol e fórmula 1. Logo, graças a uma dessas paixões, automaticamente, um brinquedo sempre se destacava: meus times de botão.

Na garagem de casa, sempre organizávamos grandes campeonatos. Normalmente, os torneios eram de pontos corridos e de denominavam de “Copa Fruki”, pois fazíamos vaquinha e o prêmio era 3 garrafas de Guaraná Fruki para o primeiro colocado, duas garrafas para o segundo e uma para o terceiro. Normalmente, eu dividia uma das minhas, pois fui tricampeão. Rsrsrs Os campeonatos aconteciam entre oito e dez participantes. Mas, outra hora eu descrevo mais sobre isso.

Eu tenho uma diferença de 13 anos para minha irmã, Francielle. Então, por ser mais velho, como boa caçula, era queria logo o que não lhe pertencia. Adivinha o que era: meus botões!!! Coloridos, redondos, adesivados, seus olhinhos brilhavam a ver meus craques e suas mãozinhas faziam movimentos de apertar para pegá-los. Eu, querendo preservar as principais equipes, dava alguns botões de times incompletos ou “puxadores”, botões mais resistentes. Mas, um dia, algo terrível aconteceu...

Quando eu tinha 14 anos, em muitos finais de semana, eu viajava até minha terra natal, Guaíba, para visitar minha avó e meus primos. Eu morava em Gravataí. Uma distância de 40 km entre as duas cidades. E eu sempre fui muito organizado com meus times de botão. Eu tinha três caixas: uma para times brasileiros, outra para clubes estrangeiros e, a última, para seleções. Por motivos óbvios, os guardava em cima do roupeiro. Então, no retorno de um final de semana, nujma fatídica segunda-feira, me deparei com uma cena aterradora, que ainda hoje mancha minha retina. Era a minha caixa com as seleções, com os botões espalhados pelo carpete. Diego Maradona partido ao meio. Zico em gemidos com seu adesivo rasgado. Platini quebrado em vários pedacinhos. Rummenigge desaparecido no maior “botonicídio” já visto na (minha) história do futebol de botão.

Após um momento absorto pelo ocorrido, numa investigação minuciosa, descobri que, para cessar o choro intempestivo da minha irmã, meu ex-padrasto foi ao meu quarto e pegou uma das caixas. Diz a lenda que o pranto parou na hora, e que minha irmã, de tamanha felicidade, no alto de seus dois aninhos de idade, parecia uma “pequena Godzilla” destruindo Tóquio, pisoteando os maiores craques de todos os tempos. Van Basten, Carlos Manoel, Tardelli, Gerets, Francescolli, Breitner, Butragueño, Laudrup. Não sobrou ninguém.
No final das contas, como eu sempre comprei a Revista Placar e colecionava seus escudinhos, meus times de botão se transformaram em times estrangeiros. Foi o único brinquedo que guardei da minha infância. O resto, graças ao bondoso coração de minha mãe, Dona Cleusa, doamos.

Um pouco antes da Copa de 2010, ao descobrir os sites de escudinhos, acabei retomando minha antiga paixão. E refiz minha coleção de times de botão. Hoje, tenho 48 seleções, incluindo União Soviética, Iugoslávia, Tchecoslováquia e Alemanha Oriental, pra ver como sou velhinho!!!


Hoje, minha irmã está adulta, linda, e me presentou com uma afilhada tão linda quanto ela, que sempre que recebo sua visita, jogo botão com ela. Mas, ainda cobro da Dona Francielle Ribas as vítimas da grande tragédia da “pequena Godzilla”. Espero que, após 23 anos desta hecatombe, ela se comova com a Copa e me presenteie com Ribery, Hazard, Cristiano Ronaldo, Pirlo e  Iniesta. rsrsrs

Minha afilhada Thaíza, minha irmã Francielle (a pequena Godzilla!!!) e minha mãe, Dona Cleusa.



domingo, 8 de junho de 2014

A Copa do Mundo e a Compota de Pêssego da Minha Avó



   Minha avó sempre tinha uma compota de pêssego guardada. Por mais que eu salivasse, que eu fizesse olhar pidão, suplicasse com olhos lacrimejantes, minha avó ficava insensível às minhas peripécias. Só havia uma coisa capaz de superar qualquer resistência de minha avó, Dona Soely, e fazê-la abrir a compota de pêssego com um grande sorriso e uma satisfação maior ainda: quando recebia visitas.
  Em tempos de redes sociais e aplicativos, estamos perdendo este hábito de visitar os amigos, de recebê-los em casa, de receber afeto e oferecer atenção. Acho que, por esse motivo, que não estamos valorizando os milhares de torcedores que virão para o nosso país assistir a Copa do Mundo.
   Nossa educação é vergonhosa, nossos hospitais são caóticos, os níveis de criminalidade chegam em índices assustadores, nossos presídios estão superlotados, a mobilidade urbana se arrasta devido a falta de investimento no transporte público, entre outros problemas que assolam nossa terra. Mas, eles já estavam aí antes da Copa. Não surgiram por causa da Copa. Sei que Brasília não precisava de um estádio pra 70 mil pessoas, que Goiânia era para estar no lugar de Cuiabá e Belém no de Manaus, e que o Corínthians ganhou um estádio de presente por ser o time do coração do ex-presidente Lula. Sei de tudo isso e de muito mais coisas, como só 3 obras viárias ficaram prontas em Porto Alegre, das 15 começadas. Porém, agora não é a hora de protestar, xingar ou agredir. Esse é o momento de limpar a casa, mesmo não sendo a mais rica ou a mais bela, ajeitar a mesa e oferecer o que temos de melhor.
   Nós, brasileiros, somos o que temos de melhor.
   Acima, segue o vídeo produzido pela FIFA que passará antes de cada jogo que se realizará em Porto Alegre. E vendo essas imagens, me dá um grande orgulho de ser gaúcho. E também, brasileiro.
   Então, vou no supermercado comprar cinco compotas de pêssego, pois vem muita gente boa nesse mês. Vamos curtir esse momento único na história de nossas vidas, pois ele não se repetirá. E será especial.
   Sobre nossos problemas sociais, tem data pra começar a mudança: 05 de outubro. Cabe a nós fazermos nossa parte. Pois os políticos nada mais são que um reflexo do povo que os escolheram.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Um Gato (Chato) Chamado Walter

Sorrindo para a foto.

Comendo uma massa.

Essa mala adora uma barra de cereal.

Pose para as gatinhas de plantão.

Comendo meu boneco de subbuteo.

Invadindo o campo.

Colecionando as figurinhas da Copa.




      Hoje é meu último dia de férias. Ao abrir a porta de casa, um gato amarelo entra alucinadamente, corre até o quarto, pula na cama e, ronronando, começa a bater com sua pata no meu rosto pra ver se eu estou acordado. Resumindo: uma mala!!! 
     Dizem que os animais de estimação se parecem muito com seus donos. Se eu sou igual ao Walter, devo ser muito chato!!! rsrsrs
       Tenho três gatos: a Nevasca, a gata velha "mãe de todos"; o Grafite, o obeso dengoso; e o Walter. Tínha também a Salomé, a cadela louca, mas depois que virou mãe, ficou "rueira", até que nunca mais voltou. 
       Mas o Walter é um caso a parte. No início de novembro de 2012, num domingo, fui buscar o churrasco pronto, mas ao ver dois gatinhos amarelos, iguais ao "Gato de Botas", filme que a pouco nós tínhamos visto no cinema, resolvi fazer uma "surpresa" para minha ex-esposa e pegar um. Como já tínhamos dois gatos, Nevasca e Grafite, ela não gostou nada. Mas, no período da tarde, estava vendo futebol com o novo filhote, minha ex-esposa aparece correndo, me dando bronca, porque eu não estava cuidando do filhote. Na verdade, a vizinha encontrou o segundo gatinho em seu pátio, e como a mesma tinha dois cães, resolvemos ficar com os dois filhotes: o Fritz e o Walter (em homenagem a Fritz Walter, capitão da seleção alemã campeã mundial em 1954 sobre a Hungria de Puskas).
          Os dois gatos cabiam na palma da mão. Minha ex-esposa morria de pena, achava que os dois "não se criariam". Eu dava de mamadeira pra eles. Mas se criaram e aprontaram muito. Infelizmente, numa noite em que eu esperava minha ex-esposa vir do trabalho, o Fritz me acompanhou, atravessou a rua correndo e, antes que eu pudesse fazer algo, por morarmos numa rua bem movimentada, acabou sendo atropelado. Ainda bem que minha esposa não viu.
          Enquanto "entrego" as manias do Walter, ele está aqui na cadeira, me olhando, esperando pela barra de cereal. Um dos hábitos dele, desde a sua infância felina, é mamar no edredon. rsrsrsrs Quando estou na cama, ele pula, começa a sovar a coberta e começa a mamar, ronronando em alto e bom tom. De preferência, colocando a pata encostada em mim. É trauma de infância. 
          Pra ver se consigo ele deixar eu finalizar e parar de chamar minha atenção dando tapa no modem, despisto ele dando um pouco de ração. Mas ele é viciado em barra de cereal, batata palha e amendoim. Carne crua ele pira. Fica miando pela manhã até a gente abrir a porta. E quando entra, fica tão feliz que pula na cama ronronando e nos dando tapas na cara, pra ver se estamos bem. Como ele fez hoje.
                   Bom, meu último dia de férias, vou terminar minha Copa do Mundo de futebol de botão. Isso, se o mala do Walter não invadir o campo, coisa habitual pra ele. Ele pensa que é meu dono. E eu sei que ele é chato, mas é um grande amigo. Assim como eu. rsrsrs 







terça-feira, 3 de junho de 2014

Uma Torcida Sem Alma - Brasil 4 x 0 Panamá

Desculpe minha chatice, mas alguém ouviu algum grito de torcida durante o amistoso do Brasil hoje? Bom, ouvi um "olé"após os 35 do segundo tempo, e logo após, um "Brasil, Brasil, Brasil" meio xoxo.
Na verdade, quem esteve no estádio Serra Dourada não era "torcedor de futebol", mas sim, mero espectador.
Espero que, durante a Copa, seja diferente.