sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

A Valsa (Poema)








Teu olhar
é incapaz
de ver
meu coração
sangrar.
Sigo 
em morte lenta,
alma suspensa,
além do palco
de suas crenças.
Brinco de voar
sem que
o corpo saia
do lugar.
Sou apenas brisa
no temporal,
a raiz do vendaval
que acalma
tuas incertezas.
Te vejo
como princesa
em minha monarquia,
o que resta de pé
na valsa das ruínas.
E se ainda duvida
de minha intenção,
te darei
a democracia
de escolher
o dia
que meu sonho
será tua
realidade.

Cristian Ribas

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Seus Milagres (Poema)








Não diminua
quem construiu
a lua
sob a chuva
de um verão
que nunca
morreu.
Adormeceu
no horizonte
um pouco antes
dos planetas alinharem
e os lábios
se tocarem
como os sábios
sempre avisaram
que seria.
Na geografia
dos corpos,
na filosofia
dos copos,
no renascer
dos sonhos mortos
no contorno
do teu olhar
que é capaz
de me alegrar
com seus milagres.
E se não posso
discordar
da verdade,
quero a realidade
do teu abraço.
Pois, enquanto
o tempo se perde
no espaço,
me refaço
no teu sorriso
adormecido
que desperta
em mim.

Cristian Ribas

Novamente (Poema)








Maldita madrugada
que de forma
silenciosa
transforma
um conto de fadas
em temido pesadelo.
Reconheço
minha falta
de zelo,
mas tudo
parece pequeno
se não sinto
teus dedos
acariciando
meu rosto.
Não me arrependo
de abrir o peito
enquanto o tempo
corre contra
os anseios
dos sonhos
que perdemos.
E enquanto 
a vida ironiza
o que queremos,
ainda te desejo
por mais
que teus medos
amarrem o futuro
e nos deixem
no chão.
E meu coração,
mesmo machucado,
se liberta
em teu abraço
e acredita
que é fácil
voar novamente
somente
em teu céu.

Cristian Ribas

domingo, 10 de dezembro de 2017

Impregnado (Poema)







Estou 
com o fogo
do teu corpo
em minha alma,
a forma
das tuas curvas
em meus sonhos
e teu gosto
em meus lábios.
Me sinto
impregnado
do teu cheiro,
desse desejo
tão concreto
que se dissolve
em teu abraço.
Desfaço
teu penteado
pra te ver
mais bela,
te provocar 
um sorriso
e te admirar
inteira
a cada peça
de roupa 
que cai.
Na respiração ofegante,
no olhar insinuante
ou no toque delirante
que te distrai,
você me encanta
e desfaz
qualquer receio
de amar
se apagar
em teu gozo.

Cristian Ribas

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Despertar (Poema)








Já sobrevivi
a manhãs escuras
e noites em claro
pelo simples fato
de meu sonho
não dormir.
É difícil admitir
que a porta
se fecha
enquanto a janela
se quebra
para o sol entrar.
Devagar entendo
que o tempo
passa depressa
enquanto a primavera
muda de estação.
Já acompanhei
a solidão
quando o coração
aprendeu
a se amar.
E ao abandonar
minhas certezas,
pude ver
com clareza
que a beleza
sempre está
a despertar
em mim.

Cristian Ribas