terça-feira, 30 de setembro de 2014

Um Vinho ao Destino (poema)



Como agradecer o destino?
Devo chamá-lo à mesa,
servi-lo um vinho
e rirmos juntos
de todos os percalços
do caminho.
Deixá-lo contar
como planejou
mudar tudo de lugar
e como enxergou
tão à frente.
De como calculou
o "de repente",
e o que parecia dor
se tornou coerente
desde que nos demos conta
das lições
a serem aprendidas.
De como ele mostrou
que a decepção
nada mais era
que a evolução
dos sentidos.
De como,
sem perceber,
quase coloquei
tudo a perder,
mas mesmo assim,
ele acreditou em mim
e me colocou na rota.
Obrigado, destino.
por tornar-me
novamente menino
e reconhecendo
no meu íntimo
o mérito
de cada ocasião.

By Cristian Ribas


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Chuva Forte (poemas)




Não tenho a necessidade
de descrever a felicidade
porque, muitas vezes,
retratá-la
é diminuí-la.
Melhor senti-la,
no abraço que completa,
nos olhos que se refletem,
nas mãos que se encontram
e nos lábios que se tocam.
É perder a noção do tempo,
ver que o sofrimento,
no soprar do vento
não foi em vão.
E meu coração,
de paisagem cinza,
recebeu tintas
de todas as cores
e aquelas dores
que marcaram o passado
se tornaram fardos
que não mais carregamos.
Tudo tem uma razão.
E  ao compreendermos
e reconhecermos os medos,
o amor surge impactante,
avassalador,
uma chuva forte
que lava as feridas
e nos enche de amor.
Agora, não quero planos.
Não me interessa
se será só mais um dia
ou se passarão todos os anos.
Só quero estar ao seu lado
e fazer de cada momento
o prolongamento
de nossa vida.

By Cristian Ribas

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A Fortaleza (poema)




Aprendi com a vida
a não criar expectativas
pra não ver repetidas
algumas frustrações.
E nesta desconfiança,
todas as crenças
que eram indefesas
se tornaram fortaleza.
Meus passos,
de rasos,
se tornaram profundos.
Minhas palavras,
silenciadas,
ecoam no espaço.
E o vazio,
repentino,
se tornou repleto.
Se eu era metade,
num súbito resgate,
me tornei completo.
Sem prever ou pedir.
Apenas sentir
a beleza das pequenas coisas,
o significado das lembranças boas
e seguindo em frente,
sem mágoas ou rancores,
lamento ou temores.
Só agradecimentos.
Pois nesse momento,
o que era vento
se tornou concreto,
por a cada segundo,
te sentir mais
perto.

By Cristian Ribas

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A Mulher do Moinho (poema)



Eu não vi
quem derrubou a ampulheta
e deixou as certezas
escorrerem pelo tempo.
No desenho da surpresa,
a beleza se reinventa
ao cruzar pelo caminho
com a mulher do moinho
que estava perdida
em sua inocência.
E de um Quixote vencido,
passei a ser menino
admirando o horizonte,
encarando o ontem
pra reescrever a história.
No voo dos cataventos,
na sincronia dos momentos,
onde o correr
se torna lento,
e o antigo tormento
se apaga.
O sentimento
se torna palavra
e a intensidade
não represa a vontade
de reescrever o destino.
Ainda
há muito a ser dito,
a ser grato
e a ser compreendido.
E o que fica
é que a vida
teima em ser sábia
em nossas entrelinhas.

By Cristian Ribas




quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A Hora Certa (poema)




Não sei qual a hora certa.
Quando as luzes se apagam
ou o coração desperta.
Ou quando o deserto alaga
e a lagoa seca.
Não preciso de certezas
pois a beleza
não está no horizonte,
mas nos seus olhos.
A tristeza não está na sua alma
mas nos seus medos.
E, às vezes, por zelo,
tudo se acaba.
Ou por vaidade,
a razão desmorona.
Ou por desespero,
a felicidade escapa.
E é aí, que a gente se encontra.
Sem máscaras ou jogos.
Sem gelo ou fogos.
Unicamente, a essência
e a nossa eterna dependência
de sermos
nós mesmos.
E nesse choque,
nosso melhor surge,
brota, desenvolve.
A confiança nos envolve
de tal forma
que não corremos mais
atrás da máquina.
Porque, cedo ou tarde
a vida nos acha,
e seremos fruto
de nosso próprio
destino.

By Cristian Ribas

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Nosso Universo (poema)




Antes de sair
quero deixar
as coisas
bem arrumadas.
As lembranças,
as alegrias,
as mágoas,
reconhecer nos karmas
a grandeza
que me faltava.
Se a voz da emoção
por uma fração
se cala
é porque
o olhar da razão
fala.
E se o sorriso
não está
na minha cara,
basta tocar
minha alma.
Nela, você está
e permanecerá,
na fração de segundos
que se tornou eterno,
no canto do mundo
que se transformou
em nosso universo.
Nessa partida,
em tom de despedida,
nada mais é
que minha chegada,
na estrada que me leva
e te carrega
pra sempre
comigo.

By Cristian Ribas

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Um Pouco de Você (poema)




Não deixe
que o cansaço
leve consigo
o restante de sanidade,
já que o presente
é um ponto
entre a ilusão
e a saudade.
Nos olhos que te miram,
nas mãos que te procuram
ou nas vozes que te chamam.
Eu me encontro em ti,
num reflexo complexo
que teu côncavo
se preenche
com meu convexo,
que tua pele
transpira meu suor,
que tua alma
sente minha dor.
Nesse transpor de karmas,
teu corpo veste minha farda,
teus erros carregam minha falha
e teu sono acalma minha ira.
E de repente,
deixo de ser ilha,
para ser continente,
no choque reincidente
que me permite ser
um pouco de você.

By Cristian Ribas




sábado, 20 de setembro de 2014

Redenção (poema)





Venha me cobrir
quando a noite
se despedir
de suas estrelas.
E a lua,
outrora intensa,
de tão distante
ficou serena,
e se apaga.
Mas, em mim,
mesmo que pareça
o fim,
segue a fagulha
em sua forma
mais pura.
Pois os medos
se perderam,
os dramas
se renderam
e restou a compreensão.
E graças a esta redenção,
em nossos segredos,
nos tornamos
a eterna evolução
de nós mesmos.
E deixaremos de ser
paixão
pra nos tornamos
a razão
do que deixamos
no coração
de quem fica.

By Cristian Ribas

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Pela Estrada (poema)






Antes da noite acabar,
deixe meu sono te levar
a sonhar acordada.
Não é nenhum conto de fadas.
É só caminhar pela estrada
de mãos dadas,
por um trecho,
ignorando o trajeto
e vivendo o momento.
Talvez, um mero conceito
de um belo sujeito
que, mesmo sem jeito,
insiste em arriscar.
Não, por aquilo que espera,
mas por aquilo que sente.
Pois, se de repente,
tudo muda de figura,
é porque a forma pura
aparece.
A vida não é o que queremos
mas o que aprendemos,
em seus contornos,
no horizonte,
no que ficou pra trás
e está defronte
nossos olhos.
É um mero jogo
que não conta com a sorte.
Basta saber que o norte
está aqui dentro
e que o verdadeiro amor
é o centro
deste pequeno universo.

By Cristian Ribas


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Transposição (poema)




Voltei a me encontrar
Passeando devagar
Pela sua pele.
Um arrepio que se sente
Quando os desejos dormentes
Teimam em despertar.
Mesmo que o cabelo não combine,
Que o receio predomine,
Que a coragem termine
E tudo pareça insanidade.
Mergulhamos além das aparências,
Causas e consequências,
Amor e independência,
O calor e a frequência.
Você reflete a mim
Neste jogo de olhares,
Na transposição de lugares
E no teor dos sabores.
E como não pude esperar
Só nos resta eternizar
Cada segredo.
Pois a vida é momento
E o que deixamos dentro
Um do outro.

By Cristian Ribas

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Um Longo Caminho (poema)





Não tenha medo
Do que a vida se torna
E aos poucos se transforma
Perante nossos olhos.
No desenho dos sonhos,
No desejo dos tolos,
O destino sempre nos dá
O que mais precisamos,
E não o que mais ansiamos.
E no choque com a vaidade
A realidade nos paralisa,
Amortiza
E nos derruba.
O mundo não é o queremos,
O que perdemos
Ou sofremos.
É o nosso poder de compreensão,
De esticar a mão
E sentir além
De nossos sentidos,
De nosso egoísmo
E nossa limitação.
O amor é mais que coração,
Doação, empatia.
É convicção
No dia-a-dia,
A coragem de por o bem
De outrem,
Acima do que queremos.
E no final,
Estar feliz por alguém
Sem mostrar a ninguém
O que é verdadeiro.
É um longo caminho,
Que devemos aprender sozinhos
E dividir
Com todos.

By Cristian Ribas

domingo, 14 de setembro de 2014

A Ponte (poema)




Não tente adivinhar
o que penso
ao interpretar
o que escrevo.
As palavras são minhas,
mas tornam-se suas
ao refletir
teus sentimentos.
É meu jogo
de gata e rato,
que brinca com os motivos,
adultera os fatos,
induz ao erro
e acerta o alvo.
Sem pretensão,
só desejo.
Sem intensão,
só seu coração
entrando no mesmo ritmo
de minha vogal,
e quando parecer normal
verá que,
no final,
não acabará.
Pois se o amor
está lá,
minha palavra
é só uma ponte
pra você
se encontrar.

By Cristian Ribas

sábado, 13 de setembro de 2014

Aquela Vontade (poema)




Deixo o amanhã despertar,
para quando eu acordar,
ser um pouco dele.
No sol que entra pela janela,
no inverno que abençoa a primavera
ou na ânsia de quem espera.
Me tornei
aquela vontade que não passa,
de brincar pela praça
e achar graça
nas coisas simples.
De correr com o cachorro,
de descer pelo morro,
de pedir socorro
só para ganhar um carinho.
Fingir estar sozinho
e dançar na multidão,
ouvir uma canção
na minha cabeça,
e ter como sentença,
que a loucura
é a doce cura
para muitos males.
E quando for adormecer
lembrar de você
com ternura,
na forma mais pura
que minha alma
possa anoitecer.

By Cristian Ribas


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A Esfera do Tempo (Poema)








Hoje acordei com  seu olhar
um velho jeito de imaginar
o que a vida tem de melhor.
Como se eu ouvisse
teu respirar,
sentisse me tocar,
me fizesse levantar
encharcado de suor.
Um sobrepor de sentidos,
toques, sussurros,
gemidos,
um despertar adormecido
que ainda não posso ver.
É querer desenhar
os dias que se passam
sem luar
ou as noites que se perdem
sem transpirar.
É ser
sem te ter.
Temer o frio
sem te aquecer.
Ou remover a fé
sem esperança,
construindo na lembrança
tudo o que se espera.
E na esfera do tempo
somente estar.
Em você.
Para você.
E em como me tornei
um ser só.

By Cristian Ribas


terça-feira, 9 de setembro de 2014

Perfeição (poema)




Não sou perfeito.
É apenas o meu jeito
de não levar o mundo a sério,
de fazer mistério
só pra te agradar.
Os sapatos atirados,
os gatos ronronando,
cozinhar um novo prato
e dormir de lado,
abraçado,
esperando o dia acabar.
É elogiar teu cabelo,
puxar a cadeira,
dizer que é sexta-feira
o amanhecer mais belo.
É te ouvir em qualquer nota,
dar presente sem data,
me lambuzar comendo nata
e te beijar lentamente.
De repente,
perceber que me tornei
o melhor de você.
Nos fatos,
abraços
e ausências.
E quando bater a carência,
direi que não sou perfeito.
É apenas o meu jeito
de levar o amor a sério.

By Cristian Ribas


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A Cura (poema)




Não vou questionar
o que as horas vão levar
pra um lugar
que só nós conhecemos.
Como um velho brinquedo
que cura o veneno,
transmite a paz,
que nos traz
o que temos de melhor.
E nos faz voltar,
sem tempo ou espaço,
a um pequeno lapso
do que esquecemos.
Suor, corpo, sentimento.
Como se os ventos
apontassem à mesma direção,
levassem à imaginação
além do conhecido,
mas bem aquém do vivenciado.
O estar ao lado,
sonhar acordado,
o respiro sôfrego
de ser amado
sem jogos ou trapaças.
A queda das amarras,
as mãos que se perdem,
as peles que se fundem,
as tardes apagadas
que brilham no anoitecer.
E, nesse novo alvorecer,
simplesmente ser,
nada do que esperam,
mas tudo
o que sempre somos.

By Cristian Ribas


domingo, 7 de setembro de 2014

Outros Tempos (poema)





Vou deixar
seu olhar
me guiar
pela sala.
Numa suave tortura
de cometer a loucura
de não dizer tudo
o que sinto.
Um adormecer violento,
que o tempo,
guardou intenso
aqui dentro.
Ao perder o chão,
abri as asas
com a sensação
de estar submerso
num verso regresso
de quem não mais
serei.
Vento, noite, lua.
A verdade é
que a vida continua
sem a doçura
de outros tempos.
E o enredo,
com mocinhas e segredos,
me deixou a estrada
pra dividir meus anseios
e enterrar os medos
de partir
sem ter
pra quem dizer
adeus.

By Cristian Ribas

sábado, 6 de setembro de 2014

Rarefeito (poema)




Levei um tiro de canhão,
que me jogou ao chão,
me acertou o peito
e deixou meu coração
em pedaços.
Sem juntar os cacos,
me afogando em fatos,
o ar rarefeito
teve efeito contrário.
No meu corpo trêmulo
tive firmeza.
Nas dúvidas que me questionavam,
tive certezas.
E nos atos que me cegavam,
tive a clareza,
de que não caio mais.
Na água que purifica,
minhas feridas
cicatrizaram.
No caos que castiga,
meus olhos
enxergaram.
E nos joelhos doloridos
calei meus gemidos
e voltei a caminhar.
Passo a passo.
Sem dizer uma palavra,
sem apagar minhas pegadas,
sem me perder na estrada,
com minhas asas quebradas,
voltei a acreditar.
E mesmo jogado nesse labirinto
ainda me sinto
em paz.
Numa lua sem brilho,
num sorriso sozinho,
sei que tudo fará sentido,
um dia,
lá na frente,
sem que a gente
olhe para trás
com rancor.

By Cristian Ribas

 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O Racismo em Cada Um de Nós

                     Minha Babá e Eu


   Em março deste ano, no jogo entre Esportivo, de Bento Gonçalves, e Novo Hamburgo, o árbitro Márcio Chagas da Silva foi vitimado por atitudes racistas, como ofensas e bananas em seu carro. Ao ver aquela situação, fiquei chocado. E minha primeira atitude foi pegar o telefone e ligar para meu "irmão" de mais de 20 anos Vinicius Machado Ferreira, e lhe pedir perdão pois, no seu aniversário, em 1994, dentro da caixa do tênis que ele queria, eu coloquei um cacho de banana. Ele disse que, na época, não viu maldade e que não tinha do que me desculpar. E realmente, não a tive. Mas pude compreender, de fato, como o racismo funciona.
   O filósofo holandês Espinoza escreveu que "somos o resultado do ambiente em que vivemos". Logo, nosso modo de pensar, agir e sentir é decorrência do que nossos antepassados vivenciaram e construiram. E aprenderam. E o preconceito é um contexto inserido nesse conceito. Então, chega-se a conclusão de que ninguém nasce racista, mas aprende a sê-lo.
   Minha avó materna era negra. Minha babá era negra. Uma das famílias de amigos que mais amo são de negros. É óbvio que eu não sou racista. Mas, por que eu dei um cacho de bananas? Simples. Porque, desde que nasci, certas atitudes racistas, como também homofóbicas, nos são passadas como naturais ou normais. Mas, com o passar do tempo, trabalhando a empatia se descobre que isso é irracional e inaceitável.
   Chego nesta conclusão pra dizer que a menina torcedora do Grêmio que está sendo execrada pela mídia por ter chamado o goleiro do Santos, Aranha, de macaco, não é racista. Ela só é incapaz de reconhecer que, aquilo que lhe foi passada como 'normal' na sua formação, fere os sentimentos de outras pessoas pelas chagas sociais de um povo.
   Conclusão: são poucos os racistas neste país miscigenado. Porém, a grande maioria da população não se dá conta que o preconceito está incutido em suas ações.
   Solução? Educação e humildade. Olhar dentro de si e reconhecer até onde estamos infectados com este mal.

   Eu estou trabalhando isso em mim. E você? É capaz?
 

Metade de Nós (poema)




Não quero todas
As mulheres do mundo,
Mas apenas uma
Que em um segundo
Crie nosso pequeno universo.
Onde sua palavra
Seja meu verso,
Onde sua dúvida
Seja minha resposta
E sua aposta
A minha sorte grande.
Onde sua noite
Me ilumine
E seu sorriso sublime
Sublinhe nossa vontade.
Onde seu medo
Me encorage,
E seu olhar compreenda
Que sou apenas
Metade de nós.
Só quero uma mulher
Que ao segurar sua mão
Eu encontre minha alma,
Ao admirar seus olhos
Eu veja meus sonhos,
Ao tocar sua pele
Se revele
Minha doce dependência.
Alguém que o abraço
Seja a expansão do lapso
E não haja espaço
Para receio.
E quando a gente envelhecer
Prometo te ver
Tão bela
Como na primeira vez.

By Cristian Ribas


O Que Deixamos de Contar (poema)




Me deixe contar uma história
antes de ir embora
para fechar a porta
sem ressentimento.
Não se trata do vento
que foge no ermo
ou da terra
que gira a esfera.
É questão de momento.
No voo do catavento,
que ainda está preso
ou da canção
que continua muda
sem um belo refrão.
É questão de alma.
De envolver sem abraçar,
de querer sem estar lá,
de amar sem se tocar
e perdoar.
A si, a mim, a todos.
Sou teu próximo distante
que de relevante
deixei minha vida
pra levar saudade.
E a grande novidade
é que a eternidade
acaba a cada instante.
No futuro, no agora, no antes.
não sendo mais os mesmos,
transformando velhos defeitos
em paixão pelo medo,
pelo zelo
ou pelo singelo ato
de se doar.
É preciso coragem
para ser humilde
e sabedoria
para ser leal.
Pois no final,
você, eu e todos,
seremos pó,
que ficará só
para a história
que deixamos de contar.


By Cristian Ribas

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Dádiva (letra de música)

Esse poema é letra de um blues que fiz há algum tempo.

DÁDIVA

cifras (Am G Dm F E)

Eu sinto tua mão fria
Com um pouco de ironia
De quem perdeu a poesia
Numa garrafa vazia

Naquele gole seco
Que colore a madrugada
E engole o desespero
Sem derramar uma lágrima

Uma lágrima, uma lágrima
Uma lágrima, uma lágrima

Eu desenho na parede
O meu sonho apagado
Que em teu corpo quente
Eu deixei de lado

No deserto abandonado
De teu Jardim florido
Plantei o meu amor
Pra colher teus gemidos

Como dádiva, como dádiva,
Como dádiva, como dádiva

No silêncio te procuro
Pra encontrar o teu desejo
Pra escrever no teu muro
Todos os nossos segredos

Pra sentir a tua pele
Pra rasgar a tua roupa
Libertar a tua fera
E ouvir tua voz rouca

Como dádiva, como dádiva


A Nova Era (poema)



Deixe-me parar,
Sentar, refletir.
Preciso te trazer até aqui,
Não pelo medo que te prende,
Mas pelo vento que liberta.
É nossa nova era,
Sem pecado e com prazer,
Sem receio de dizer
Tudo aquilo que espera.
Talvez, quando chegar a primavera,
Sua fera adormeça
E você esqueça
Tudo o que te atormenta
E finalmente aprenda
Que o amor está em você
E não no que tento te dizer.
Que a paz não está
no que se vê,
Mas em como se sente.
Se seu coração está dormente,
Chegou a hora de acordar.
E por mais que digam o contrário
Nós não estamos
Velhos demais
Pra sonhar.

By Cristian Ribas



segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Infinito (Poema)





Olho para os lados,
buscando um fato,
pra te sentir mais perto.
Como a canção no aniversário,
teu nariz de palhaço,
ou o casal de idosos
que desceram o rio
por toda a vida.
Nem tudo rima
com o esquecer o passado,
achar que é uma sina
o que ficou guardado
e só nós sabemos
onde encontrar.
Levar adiante
o que ficou incerto
e ser discreto
ao vasculhar os acertos.
Vamos brincar de esquecer,
contar até três
e renascer nas lembranças,
como uma dança
que termina antes da canção,
que só nós entendemos o refrão.
E o resto, segue adiante.
Sem olhar nos olhos,
sem soltar os fogos,
se perder na pele
e se chocar no cosmos.
Mas viramos infinito,
por tudo aquilo o que sentimos
e nos despedimos
de nosso abandono.

By Cristian Ribas