quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A Vila (poema)




Me leve
pra algum lugar
onde seu olhar
diga tudo
e o silêncio
seja o eco
de nossos desejos.
Vamos ver o mundo
do fundo
de nossos anseios,
com cores vivas,
vontades escondidas
que se revelam
em segredo.
Descobrir a vila
de mãos dadas,
caminhando sem pressa,
sentando na praça
e lendo uma história
até o anoitecer.
Deite em meu ombro
quando escurecer
e me permita absorver
os males
que não te alcançarão.
Pois em teu coração
está a pureza
e a certeza
que nada foi
e nada será
nessa vida
em vão.

By Cristian Ribas



quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O Melhor de Nós (poema)



Me deixe
admirar teus olhos
e me refletir
dentro de ti.
Um desejar distraído,
que amanhece tranquilo
e adormece em teu peito.
Simples magnetismo,
que transforma teu sorriso
em meu paraíso
e tua vontade
em minha necessidade.
É compartilhar
o que não se pode tocar,
e mergulhar no teu ser
onde vou encontrar
o melhor de nós.
É perceber
nas longas avenidas
ou noites infinitas
que não estou só.
E nesse nó
de sons distorcidos
e sonhos perdidos,
ouço tua voz
como linda melodia
e essa sintonia
tornam os dias
em gratidão,
por sentir teu coração
junto ao meu.

By Cristian Ribas

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Quando o Amanhã Acontecer (poema)





Antes de adormecer,
preciso saber
aonde você mora,
de como os sonhos
te moldaram,
nossos caminhos
se cruzaram
até a noite
ir embora.
Me conte
sobre sua luz
ao amanhecer,
das sombras
que teimam
em se esconder
e as ondas
que vieram
nos purificar.
Me faça caminhar
sobre o mar
pois a vida
é navegar no infinito,
refletindo estrelas
e agradecendo o destino.
E caso o amanhã acontecer
apenas serei de você
o retrato
mais bonito.

By Cristian Ribas

Ao Acaso (poema)




Te admiro
com a louça na pia,
com a panela no fogo
e a minha alegria.
Estou aberto ao acaso,
à estrada longa
que vira atalho
e transforma
o ato falho
no maior dos acertos.
Te quero por perto,
plantando sementes
no meu deserto
e me deixando repleto
com teu sorriso.
É flutuar no abismo
sentindo a magia
da tua bruxaria
que santifica a existência.
É trocar
a noite pelo dia,
admirar tua fantasia
e se entregar
ao destino.
E se der certo,
quero envelhecer
lendo pra você
todos os sonhos
que ainda estão
pra acontecer.

By Cristian Ribas

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Um Trecho de Meu Romance...





Um Trecho de meu romance, "Um Olhar Além do Moinho":

"  Depois de algum tempo, voltei a ver as estrelas. Elas estão tão claras e cintilantes que parecem me trazer notícias suas. Como se, nesse exato momento que observo o céu, você está olhando a lua cheia e pensando em mim, Refletindo no satélite toda a saudade que arrebata em meu peito.Que faz trancar o ar. E solta um intenso suspiro involuntário de quem deseja imediatamente o que não pode ter. Mas que no fundo, sabe e sente, que viverá cada segundo desse amor até parar de respirar.
   A verdade é que a noite me faz companhia e as estrelas cobrem minha cabeça para que eu possa ligar os pontos e desenhar nossos sonhos. Você na máquina de costurar criando belos vestidos. Eu cortando tecidos e fazendo o molde de belos ternos. Você caminhando sorridente pela praia. Eu com cara de bobo admirando tua beleza. Nossa casa com um imenso jardim e um abacateiro no quintal. Você plantando flores no entorno do moinho e as cuidando para me mostrar quando eu voltar. Eu cortando lenha pra abastecer nosso fogão a lenha. Você, tão linda, grávida, e depois, amamentando nosso filho. Eu me atrapalhando com a criança no colo e sem saber trocar fraldas. Nosso filho crescendo e nos enchendo de orgulho. E na frente do moinho, você e eu, bem velhinhos, de mãos dadas, admirando a paisagem, contando histórias, e nos amando, mesmo com o tempo levando toda a nossa juventude, mas deixando toda a nossa paixão e cumplicidade, lembrando dos momentos que só nós vivemos e sentimos..."

domingo, 23 de novembro de 2014

Outros Planos (poema)




Vamos tomar um café
numa noite qualquer
antes que o dia se perca
e a porta se feche.
Deixe
eu beijar sua mão
e te dar uma lambida,
carregar um riso bobo
ao te ver surpreendida
quando o padrão
e a rotina
são quebrados.
Vamos brincar
com os fatos,
adiantar os relógios,
mostrar
sonhos guardados
e dançar
um novo tango
sem melodia
pra acompanhar.
Cantar
entre a multidão
e quando a solidão,
nos fizer companhia
nas mesas vazias,
ainda haverão
histórias pra contar.
E ao partir,
mesmo com todos os enganos,
valerá a pena.
Pois vida é o que acontece
quando se está fazendo
outros planos.

By Cristian Ribas

sábado, 22 de novembro de 2014

O Humano Dele (poema)




Sobe na cadeira
sem pedir licença,
e me aponta com a pata
o que deseja.
Se atira nos meus pés
quando quer
meu carinho
ou fica arrepiado,
com o rabo incontrolável
quando está bravo
por eu lhe segurar
e afia as unhas
na beira do sofá.
Quase enlouquece
quando corto a carne
que lhe apetece
e mia descontrolado
como uma prece
quando quer
sua ração.
E quando
te dou atenção,
fecha os olhos
e ronrona alto,
podendo até ouvir
seu coração.
Toma conta
da minha cama
pois gosta de estar
sempre por perto.
Brigo, xingo,
desabafo
e ele está
sempre ao meu lado
querendo brincar
com tudo que atiça
sua curiosidade.
Eu vivo com felino,
que sempre me surpreende.
Com o amor que ele me dá,
não sei se sou seu dono
ou se eu sou
o humano dele.

By Cristian Ribas

A Diferença (poema)





Me deixe começar
do lugar
de onde sonhamos.
Mesmo cometendo
os enganos,
no longo percorrer
dos anos,
o tempo
sempre fará
a diferença.
Ainda tenho
minhas crenças,
de te deixar
as lembranças
e levar experiências.
Por mais que doa
cair da paixão
quando o coração
voa,
nunca será à toa
qualquer declaração
ou palavra solta.
Tudo terá volta.
Ainda mais
quando a bondade
tem a capacidade
de regrar
nossos atos.
E na solidão
o tempo mostrará
onde o amor
ainda está
e que nada
foi em vão.

By Cristian Ribas



quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Eu Sou o Amor (poema)





Ainda posso ser
o que menos se espera
e o que mais se deseja.
Sou a surpresa
que sempre encanta
e a lembrança
que não se apaga.
Sou a música
que ninguém canta,
a esperança
que se espalha
e a criança
que não cresce.
Sou aquela prece
que se faz em pensamento
e o tormento
se perde num sorriso.
Sou o improviso
que brinca com a memória
e a história
que se reinventa.
Sou a presença
que se completa no abraço
e o traço
que conclui
a sua pintura.
Sou energia pura
que corre pelas veias
e a centelha
que se perde no espaço.
Sou o amor,
eterno no tempo
carregado pelo vento
e presente
pra sempre
em sua alma.

By Cristian Ribas

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Trecho do Meu Futuro Projeto (Literatura)





Trecho de meu próximo livro...
"Nada como descansar após uma longa caminhada. Esticar as pernas, tirar os coturnos e tentar me aquecer numa fogueira. Sentir a paz e a tranqüilidade numa noite de acampamento. Mesmo que meu companheiro seja o fuzil e estejamos em território inimigo.
Como havia escrito, acabei sendo recrutado pelo sargento para fazer parte de uma patrulha de reconhecimento do terreno adversário. Felizmente, muito melhor do que ficar inundado numa espera eterna naquela trincheira. Me sinto muito mais animado, livre, revigorado, no contato com a natureza. Tudo bem, ela está muito aquém daquilo que conhecemos. Existe um imenso rastro de destruição pra todos os pontos onde meus olhos alcançam. Porém, com um olhar benevolente, é capaz de se ver a beleza da vida em cada canto..."

Além do Moinho (poema)



Lamento
pelo sol te cegar
e você não enxergar
o que está
além do moinho.
Lamento
por você
perder a oportunidade
de encontrar a verdade
nos braços da bondade.
Lamento
por ficar sozinho
num sonho divino
que você não soube
acreditar.
Lamento
pelo milagre desperdiçado
que teu medo exagerado
deixou escorrer
pelos dedos.
Lamento e respeito,
pois todos têm seu tempo
pra compreender que o amor
não é aquilo que idealizamos,
mas o que lutamos
e fazemos.
Pois amar
também é deixar partir
quem quer ir
mesmo sem saber
pra onde
ela vai seguir.

By Cristian Ribas

domingo, 16 de novembro de 2014

Esquina dos Amores (poema)




Oi, como está?
Passei aqui por passar,
pra ver se seu olhar
se ilumina ao me ver.
Foi meio sem querer.
Procurei a porta aberta,
espiei a luz na janela
pra ver se te encontrava.
Eu pensava em outras coisas,
recriando novas formas
de conviver com a solidão.
Mas, meu coração,
um romântico incorrigível,
sempre achou possível
viver de amor.
Ele se acha muito macho,
pensa que é de aço
e que suporta qualquer dor.
Depois, fica em pedaços,
lamurioso, calado,
achando que o mundo
está acabado.
Mas, ele renasce,
pois qualquer tempestade
sempre vai embora.
Vou ficar aqui fora,
seguindo meu caminho,
colhendo meus espinhos
pra te deixar flores.
Pois, como a estrada é longa,
nada me assombra
se nos cruzarmos
na esquina dos amores.

By Cristian Ribas


Obs; Poema é parte integrante do meu livro "O Amante da Rua", de 2009.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Cem Postagens. Obrigado!!!


Olá, amigos visitantes!

Com muita alegria cheguei a cem postagens no blog. Após cinco anos sem escrever e afastado das redes sociais, fiquei muito feliz em ver a receptividade dos meus escritos, com mais de 4500 visualizações. O entusiasmo e inspiração estão em alta. Estou concluindo meu primeiro romance e preparando pra lançá-lo no próximo ano.
Muita coisa boa acontecendo, e ainda por acontecer.

Obrigado pelo carinho de todos e ótima leitura!!!




quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Um Sopro de Setembro (poema)



Absorvo
um mundo absorto
onde um sonho morto
teima em renascer.
É meu eterno querer
que brinca de esconder
e reaparece
entre o silêncio do tempo
e o movimento do vento,
no rodar do moinho
que me deixar sozinho
e me leva até você.
É ver
além da palavra,
dos atos concretos
que parecem certos
mas cobrem os sentimentos.
Pois sei que estou aí dentro.
Firme, forte, intenso.
Um sopro de setembro
que se transformou em tempestade.
A verdade
é que a chuva purifica
e o lamentar do dia
será a mais bela
de todas as noites.

By Cristian Ribas

sábado, 8 de novembro de 2014

Teu Afeto (poema)





Me deixe observar
onde está o lugar
do teu afeto.
Não é naquele objeto
que enfeita os dedos
ou decora o teto,
no que te transporta
em estradas retas
ou te cobre
numa linda festa.
Não está nas flores
que disfarçam dores
que novos amores
te provocam.
Ou naquela cidade
que a vaidade
dá as cartas.
Ou na nova tecnologia
que te conecta no dia
mas te deixa vazia
durante a noite.
O teu afeto
está em meu toque.
No olhar que te compreende
e te derrete,
no abraço que te aquece,
no beijo
que te tira o ar
e no desejo
que te faz navegar
no mar dos prazeres.
Teu afeto
está no meu calor,
no pingo do meu suor
e na perda do controle.
Teu afeto
está no amor
que te entrego
mesmo sem recebê-lo
de volta.

By Cristian Ribas

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O Silêncio do Perdão (poema)





Posso ouvir
teu silêncio
pois sempre converso
com teu pensamento.
Seja na mágoa
que não se apaga,
ou na fala
que tristemente se cala
e na palavra
que fica guardada
quando o orgulho
é maior
que o arrependimento.
O momento
que era sagrado
fica opaco
por não ter sentimento
e o sofrimento
dita os passos
de quem os braços
não se envolvem.
E quando o amanhã morre
não se terá mais
o que se recuperar,
somente lembrar
que se deixou
o amor partir
por não saber
perdoar.

By Cristian Ribas

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Apenas Saudade (poema)




Não sou apenas saudade.
Sou a lembrança que invade,
a noite que não cabe
num dia
e torna poesia
o que esquecemos
por vaidade.
Sou mais que as imagens
que distraem a retina
ou as vozes que ecoam
na rotina
e ditam nossos medos.
Sou mais
que esse amor em segredo
que o orgulho cega
mas teu coração não nega
quando a solidão
te abraça.
Sou mais que disfarce,
sou a intensidade
de me entregar
sem arrependimentos
que o tempo
possa nos trazer.
Afinal, o único destino
é viver
sem deixar de ser
o amor.

By Cristian Ribas

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O Vagabundo e as Estrelas (poema)






Não tenho caneta,
mas escrevo teus sonhos.
Seja na madrugada fria,
na lua dormente,
no esquecer alguma coisa
e ficar contente.
Te dou minha alegria,
recheada de surpresas,
na compreensão dos fatos,
nas cenas dantescas,
te coroo com minhas jóias,
te cubro com as glórias,
que só o amor mais sincero
pode te dar.
Estou longe do meu lar,
pois minha casa é teu peito,
teu carinho,
teu cheiro,
todas as melodias
que só teu corpo sabe tocar
junto ao meu.
Mesmo vagabundo,
escrevendo nas pedras
que te darei as estrelas,
digo de boca cheia,
que te amo até dormindo.
Pois, se eu estiver sorrindo,
é porque estou sonhando
com você.

By Cristian Ribas

Obs: Parte integrante do livro "O Amante da Lua", de 2009.

domingo, 2 de novembro de 2014

O Desejo e a Alegria (poema)








Me perdoe, se tropeço nas palavras.
Se evito fórmulas,
e observo da sacada,
a paisagem hostil
com meus olhos pacíficos.
Prefiro cantar sem rimas,
pensar sem afinação,
repetir um novo refrão
do que cair na monotonia.
Pois te quero todos os dias.
Na cozinha alagada,
na toalha encharcada,
com a roupa suja
ou a camisa suada.
Não importa o instante,
se estivermos presos à rotina
ou escrevendo um inesquecível romance
no reflexo de nossas retinas.
Te quero.
Por simples intuição.
Sem a cama pronta,
os pratos na mesa,
a pontualidade britânica
que nunca chega na hora.
Pois o amor não escolhe momento.
É trazido pelo vento
e fica,
tão somente
se o desejo
se transforma
em alegria.

By Cristian Ribas

Obs: Parte integrante do livro de minha autoria "O Amante da Lua", de 2009.

sábado, 1 de novembro de 2014

As Tormentas (poema)





Ainda tenho esperança.
Mesmo na visão turva
que neblina a crença,
ou na recompensa
que não chega.
Ou no amor soterrado
pelos enganos que apagam
os sentimentos.
Sigo correndo,
lutando,
amando,
sofrendo,
me desvencilhando do ego
que me cobre de medo
e respirando
o perfume de outrora.
Agora,
o que mais desejo
é tua lucidez
pra acabar com esse mês
de tormentas.
Quero a ação
que teu coração precisa
mas teu orgulho insiste
em não nos mostrar.
Talvez, precisamos calar.
Simplesmente mergulhar
no abraço que purifica.
Ainda há um laço
que nos liga
e identifica
que só o amor
nos salvará.

By Cristian Ribas