quinta-feira, 3 de julho de 2014

Os Times da Gulliver

Após o Walter me acordar  e deixar a louça limpa, resolvi dar uma passada por aqui, em mais um dia de abstinência futebolística de copa.

O mundial de futebol, pra mim, sempre traz lembranças afetivas. Me faz recordar de meus avós, meus amigos de rua, meus primos, do chiclé Ping Pong, do Pelebol, da cancha, dos abacateiros no final da rua que se transformavam em goleira, de muitas coisas singelas mas que marcaram a minha formação como pessoa. E uma delas, como eu já havia falado em futebol de botão, foi a Gulliver e seus esquadrões. Principalmente porque, graças à copa, as lojas de brinquedos e supermercados trazem à tona este brinquedo.
Seleções Gulliver


Numa pesquisa no Mercado Livre, encontrei uma oferta da recriação dos escudos da Gulliver dos anos 70 e 80. Achei isso incrível porque, na atualidade, devido aos custos de direitos autorais, junto com os botões não há mais escudos, e sim, bandeira dos países. E cá entre nós, não é a mesma coisa. Quem vê a bandeira da Itália, da Holanda, da Alemanha e do Japão, não entende porque a cor do uniforme é diferente de seu pavilhão nacional. São coisas que só o futebol e sua magnífica história explica.

Times Nacionais e Estrangeiros


A última publicação de escudos de seleções da Gulliver foi na Copa de 2002. Porém, o momento áureo do futebol de mesa foi nos anos 80. Qualquer bazar ou supermercado tinha times de botão, com escudos dos mais variados. Mesmo morando aqui no Rio Grande do Sul, eu tinha na minha coleção o Santa Cruz e o Sport Recife (Pernambuco), Vitória e Bahia, Figueirense (Santa Catarina), e até os times de Campinas (Guarani e Ponte Preta).  O sucesso foi tanto que, em seguida, inspirados pela transmissão dos campeonatos italiano e espanhol, foram lançados clubes estrangeiros. Eu recortava as escalações dos jornais e das minhas revistas Placar e colava nos botões. Cada dia, nós fazíamos um torneio diferente na rua: campeonato brasileiro, copa do mundo, eurocopa, campeonato italiano, entre outros.

Alemanha by Cristian Ribas


Com a evolução dos videogames, essa febre do futebol de botão foi arrefecendo. E com a limitação de times, isso foi se perdendo. Mas, graças a devoção de muitos botonistas fiéis, isso renasceu. Há vários blogs com publicações de escudos. Eu mesmo ressuscitei esta minha paixão arcaica graças a possibilidade de montar o próprio time e coleção.

Argentina by Cristian Ribas


Confesso que fiz minha própria Copa do Mundo de botão, mas não revelarei o resultado. Vai que tenha algum supersticioso de plantão achando que sou "Mãe Diná". rs Mas o bom de tudo isso é saber que, em tempos de imediatismo, stress e tecnologia, você pode imaginar que tem os maiores craques do mundo à sua disposição. Então, nesse "dejavú", resolvi recriar modelos Gulliver de escudinhos, mesmo não sendo o mais habilidoso nas artes gráficas. Mas, o mais importante, é deixar vivo sempre o que há de melhor em nós. Isto é, aquele espírito infantil capaz de se satisfazer com as coisas singelas e belas desta vida.

União Soviética by Cristian Ribas


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