quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Deslizar (Poema)





Me leve
pra algum lugar
onde seu olhar
me torne
adolescente.
Na felicidade
dos sonhos,
na eternidade
das noites
e no sabor
que fica melhor
na tua boca.
Vamos cantar
até o mundo
adormecer
e dançar
até as estrelas
mudarem
de lugar.
Quero
te admirar
como uma aquarela,
a obra mais bela
que meu coração
já sentiu.
Ser sutil
em teus lábios,
deslizar
em teu leito,
me encontrar
em teus braços
e me encaixar
em teu corpo.
E quando o silêncio
acalentar nosso cansaço,
te darei meu sorriso
como motivo
pra você
ficar.

Cristian Ribas

Obs: escrito ao som de "Slide Away", do Oasis.

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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Mais do Mesmo (Poema)





Por que derramam
sua lama
sobre nós
quando só
trabalhamos
com dignidade?
Reconheçam
a verdade
de suas vaidades
e a ganância
deixada de herança
em nossas
fragilidades.
Se curvem
à grandiosidade
da mãe natureza,
que às vezes,
parece indefesa,
mas cobra
impiedosa
nossa infinita
mediocridade.
Seu metal
não vale um pai,
mãe, filho
ou animal,
nos descaminhos
de todo o mal
acumulado.
No meio
dessa dor
de dejetos derramados,
de corpos soterrados
e responsáveis
silenciosos,
sabemos
que é apenas
mais do mesmo.
E quando
nos esquecermos
de tudo aquilo
que perdemos,
simplesmente
voltará
a acontecer
o que o bom senso
é incapaz
de compreender.

Cristian Ribas


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sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Adereços (Poema)





Não quero
que sintas
minha dor
enquanto
teu rancor
ainda se manifesta.
Não desejo
teu amor
como um favor
a ser cobrado
mais tarde.
Preciso
tão somente
de um cuidado
sem adereços
e um abraço
sem constrangimentos
num julgamento
sem defesa.
Quero
a beleza da verdade,
a natureza da lealdade
e a humildade
de reconhecer
os próprios medos.
Dispenso
o segredo das vaidades
que ignora a saudade
e nos deixa
suspensos
em nossa gravidade.
E nessas peças
sem encaixe,
sigo o baile
da solidão
sem a canção
que era mais bela
na tua dança.

Cristian Ribas



domingo, 13 de janeiro de 2019

Retalhos (Poema)




Me conte
sobre o que sente
para que,
de repente,
não me arrependa
de meus atos.
Não vou guardar
nossos retalhos
que ficaram
espalhados
num caminho
sem volta,
já que a porta
não voltará
a ser aberta.
Você sabe que
o que fomos
está distante,
mesmo que,
o que somos,
esteja
tão semelhante.
Ainda lembro
do lugar
que somente
nós conhecemos,
do cheiro da chuva
e de como o vento
tocava suavemente
seus cabelos.
Havia mais verde
nas folhas secas,
mais certezas
em minha cabeça
e mais beleza
no futuro
que planejamos.
Onde foi
que nos perdemos
quando deixamos
os medos
nos darem
a direção?
Qual foi
a última vez
que meu amor
tocou seu coração
e não te abandonou
ao te ver partir?
Sei que parece estranho
ver o seu sorriso
e não encontrar
aquele brilho
que refletia em mim.
Mas eu sei
que sempre estarei 
em ti,
como uma história
sem fim
em que não haverá tempo
de prosseguir.

Cristian Ribas

Obs: Música escrita ao som de "Somewhere Only We Know", da banda inglesa Keane.

sábado, 12 de janeiro de 2019

O Cavaleiro (Poema)




Eu disse
que te amaria
até após o dia
que você
se despedisse.
Eu te jurei
lealdade
e deixei
a liberdade
guiar tuas vontades.
Prometi
que respeitaria
teus medos
e que morreriam
em mim
teus segredos
mais profundos.
Construí
um novo mundo
refletido
em teus olhos
e vivi
os mais belos sonhos
no interior
de teus braços.
Te abri
meu universo,
deixei
meu peito aberto
e voei
em teu céu
sem receio
de cair.
Por mais
que os elos
sejam frágeis,
me curei
das farpas
e convivi
com os fantasmas
que você
herdou.
E como cavaleiro,
aceito meu destino,
sigo meu caminho
e ficarei sozinho
lapidando a honra
de nosso legado.

Cristian Ribas


Entrevista na Arena do Grêmio em 16/12/2018


terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Leveza (Poema)



Não espere
eu morrer
pra dizer
que sente
minha falta.
Me chame
pra um jantar
ou uma mesa de bar
pra embalar
novas teorias
e dissertar
as filosofias
que ainda temos
que questionar.
Arranje um momento
pra viajarmos no tempo
e escrevermos
novas memórias.
Vamos sorrir
sem ter hora
pra dormir
pois o agora
está aqui.
Dispensarei
a coroa de flores,
o tom fúnebre
e o consolo das dores
quando minha hora
chegar.
Troco tudo
pelas noites de amores
e os dias de leveza,
as brincadeiras sutis
e a admiração
da natureza.
Pois a beleza está
em valorizar
os encontros
e não,
lamentar
e se culpar
pelo os que foram.

Cristian Ribas

Rocket Man (Poema)




Me sinto
em outra dimensão,
voando entre estrelas,
me afastando
do planeta
e não alcançando mais
tua solidão.
Talvez seja
mera distração
ver que meu coração
sangrou
mas já cicatrizou
por estar
tão calejado.
Ainda brinco
com meus fardos,
com sonhos perdidos
e karmas herdados
que me acompanham
sem serem
convidados.
Ainda me encanto
aqui do alto,
na gravidade zero
e no choque dos astros
que me fazem
renascer
independente
do calendário.
Sei que pareço
um tanto alienado,
enquanto as catástrofes
eclodem
e as lágrimas
não cessam,
mas prefiro
saborear o presente
do que culpar
o passado.
Só lamento
estar vagando no espaço
sem estar ao seu lado,
desenhando
em teu abraço
a constelação
de nossos desejos.

Cristian Ribas

Obs: Escrito ao som de "Rocket Man", de Elton John.