sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O Que Te Espera (poema)




Sei que sou limitado.
Tropeçando em erros,
sonhando acordado,
guardando segredos
querendo estar
ao seu lado.
Ainda cometo enganos.
Escorregando nas palavras,
esquecendo dos planos,
me perdendo nas datas
mas te encontrando
insano.
Nem sei se te conheço.
O formato do rosto,
o tom da pele,
a cor do cabelo
ou como são seus olhos
que brilharão
ao me ver refletido.
Sou apenas sentido.
Entre escombros e reconstruções,
amores e decepções,
frieza e emoções,
eu sou o que te espera.
Numa tarde cinza
ou numa aquarela
que a primavera desenha
e o tempo semeia
nesta terra.
Pois não existe o acaso.
Se você está lendo
pode ser o amor.
Quebrando o silêncio,
reacendendo teu peito
e te mostrando
que nada é
em vão.

By Cristian Ribas



quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Absorto (poema)




Ainda te sinto
em meu corpo.
Como um sentido
absorto
que ainda cobre
meus desejos.
Pensamentos longevos,
instantes simétricos,
reações de frente e verso
que recria o inverso
de tudo o que sinto.
Sigo sendo ação,
reação
e explosão.
Sob o olhar da paciência,
brinco com a incoerência,
pois, nesse labirinto
de amores tortos
e anseios distintos,
não há lugar
para arrependimentos.
Quero ter impresso,
na ida ou regresso,
cada momento
ao teu lado.
Mesmo que haja
algum ato falho,
nosso brilho
jamais será raro.
Ao contrário,
será denso,
intenso,
como um mar
que encontra
o rochedo
e mesmo que afunde,
precisamos navegar.
Pois a vida,
não é o que ficará,
mas tudo aquilo
que o amor
permitir
levar.

By Cristian Ribas

Além do Adormecer (poema)






Não se assuste
se pareço realista,
se o que me resta
são somente
meus sonhos.
Sou teimoso,
por acreditar
que as palavras
têm vida
e os objetos
são meros projetos
de fuga.
Não há preço,
para o olhar
que me derrete,
a pele
que arrepia
e aquece,
ou a mão
que toca
o coração
e me guia
na escuridão.
Não há como mensurar
o que nos tira o ar,
nos joga nas nuvens
e nos faz flutuar.
O concreto
se torna deserto
se o peito
não estiver
repleto.
E quando o tempo
se for
e só restar
o espelho,
espero
que se sinta
por inteira.
Pois tudo ficará
e só o amor
nos levará
além do adormecer.

By Cristian Ribas

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A Fissura (poema)




Não ouça a fissura
que ainda perdura
em seu coração.
Deixe o passado
em algum canto isolado
enquanto o perdão
faz o seu trabalho.
Não lamente as feridas
pois a vida
é muito mais sábia
que nossos desejos.
Abandone o medo
e deixe o sol
clarear teus olhos
e permita que os sonhos
te alcancem.
O amanhã
sempre será melhor
desde que aprendamos
que o ontem
foi necessário.
Não há elevador
quando o assunto
é o amor.
É uma dura lição
de degrau em degrau
que elimina o mal
e nos oferece o bem.
Então, não importa
quem te magoou,
se atrás da porta
está o que o destino
te reservou.
Muito mais belo
do que tudo aquilo
que você
idealizou.

By Cristian Ribas

O Eterno Pedido (poema)



Sinto a paz 
que descansa 
em teu corpo 
e absorve no copo, 
meus desejos. 
Como um doce lamento, 
que supera o tormento, 
de perder o fôlego 
e ficar trôpego 
em felicidade. 
Um vagar pela cidade 
e me encontrar em ti, 
no teu jeito de sorrir, 
e não admitir, 
que sem ele, 
estou perdido. 
Um eterno pedido, 
é ser seu, 
pois só assim, 
posso ser, 
tão eu.

By Cristian Ribas

Teus Lábios (poema)




Me deixe refletir
o melhor em você.
Entre um gole de café
e a troca de olhar,
antes de adormecer
e depois de sonhar,
quero apenas tentar
mergulhar em teu corpo
e me encontrar
em tua alma.
Arriscar
no desenho dos traços,
nos desembaraços
dos nós
que cansamos de dar.
Ser o vento
em teu cabelo,
a admiração
do teu espelho
que espera
você passar.
Ser o pecado
temperado
com o gosto
de tua pele.
Ser a lebre
que se transforma
em lobo
e transborda
o gozo
por gratidão.
Pois em seu coração,
não haverá mais medo.
Apenas um segredo
escrito em teus lábios.

By Cristian Ribas

sábado, 24 de janeiro de 2015

O Jogo da Vida (agradecimento)


Como é meu aniversário, nada melhor do que um comercial que fala sobre a vida e o futebol. Essa obra-prima da Coca-Cola para a Copa de 2014 faz uma analogia fantástica que nos faz mergulhar em nossa memória, destino, sonhos e legado. Nos faz pensar em todas as transformações físicas e emocionais que o tempo nos proporciona. Todas as pessoas que chegam, que vão e que ficam em nossa história.
Não há como não se emocionar!
Por isso, eu dedico esse vídeo à todos os amores que vivi e que viverei. À todos os amigos que me estenderam a mão. À todas as injustiças que cometi e que sofri, que me fizeram uma pessoa melhor. E à todas as lições que aprendi, que vivenciarei e que deixarei.
Como diz essa propaganda:
"A vida é como um jogo da Argentina. Não importa se a gente ganha ou perde. Mas que a gente deixe tudo em campo."
Beijo no coração de todos!


O Encontro (poema)



Hoje me encontro com o tempo.
Um antigo mestre
sempre em movimento.
Ouvindo lamúrias,
carregando tormentos,
guardando segredos
e espalhando lembranças.
Me acompanha
na fragilidade das crenças,
na angústia dos medos,
no arrepio dos desejos
e na alegria dos acertos.
Sempre tem a palavra certa
quando a primavera
demora a chegar.
Ou me mostra
que a paciência
é um caminho a trilhar.
E por mais
que a loucura dos dias
fuja do controle
e meu olhar negro
não compreenda o destino,
ele me consola
ao embalar meus sonhos,
mesmo que o abandono
pareça rotina.
Então, sentaremos à mesa
e deixaremos as certezas
de lado.
Vamos brindar à vida,
aos amores que ficaram,
às memórias que levaremos
e as surpresas
que encontraremos
nesta estrada.

By Cristian Ribas




sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Seu Quadro (poema)





Me perdoe
se não me vejo
em você.
Nas roupas que veste,
na hora que passa
ou nos sonhos que dorme.
Não me sinto
em tua pele.
Na boca que beija,
no ar que respira
ou na rotina
que domina
teu dia.
Teu olhar
não me reflete
num horizonte cinza
de desejo raso.
Tudo se tornou vago
ao ver que seu quadro
não tem minhas cores.
E por todas as dores
que já nos acompanharam
é melhor parar.
Se não for intenso,
nenhum momento
valerá a pena
e a vida
será mero consolo
de quem perdeu o sono
por não saber
despertar.

By Cristian Ribas

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A Casa (poema)





Vago pela casa vazia
transformando a nostalgia
em esperança.
Apago as lembranças
como um dia
que se arrasta
por teimosia.
E no silêncio,
componho
minha sinfonia.
Roupas esquecidas,
fotos sobrepostas,
a poeira que se acumula
em palavras mortas.
Enquanto
a janela se fecha,
eu abro a porta,
pela lição
do que se foi
e a intenção
do que virá.
E nessa doce melodia,
já não há
o que lamentar.
Somente agradecer.
Quem eu sou,
quem se foi
e a beleza
da certeza
do que ainda
será.

By Cristian Ribas

O Sono dos Anjos (poema)





Já me esqueci
de quantas vezes
eu morri
e insisti
em renascer.
Talvez,
por misturar
teimosia
com ironia,
quando a noite
tenta apagar o dia
e o continente
se transforma
em ilha.
Por me ajoelhar
por quem está de pé
e orar
por quem perdeu a fé.
Por olhar
além da tempestade,
das nuvens densas,
encontrando estrelas
onde julgam
ter maldade.
Por enfrentar meus demônios
enquanto os anjos
adormecem
em seus sonhos.
Por plantar no deserto
sementes duras
mas com alma pura
sem ter alguém
por perto.
Por seguir meu destino,
com mente de adulto
e coração de menino
enquanto os tolos
ficam pelo caminho,
a lua se perde
e o sol se renova.
Sigo por amor.
Pelo karma
e pela glória,
que molda
minha existência
e registra as experiências
como história.
Afinal,
tudo faz sentido.
Basta ver o infinito
refletindo
em seus olhos
o nosso brilho.

By Cristian Ribas

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Do Amor e Outros Demônios (Música)



Do Amor e Outros Demônios (Cristian Ribas)

Me mostre onde guarda os teus medos
dentro desse velho casarão
Sei que você tem seus pesadelos
ainda pode segurar a minha mão
Sei que desconfia dos teus sonhos
espera algum milagre pra viver
Foge do amor e outros demônios
e todo tempo que se perde em você
Se reflita no espelho
nunca fique de joelhos
jogue fora o desespero
pois eu sei que quer amar
Numa noite de pecados
estarei sempre ao seu lado
adormeça em meu corpo
pois eu sei que pode...
Navegar
aonde tiver mar
aonde a brisa pode te tocar
E me abraçar
quando a lua se apagar
quando tudo for
paz...


Obs: Para ouvir a música, clique no link abaixo.

domingo, 18 de janeiro de 2015

O Amor às Avessas (poema)



Não diga
que é maldição
o que teu coração
guarda
com rancor.
O ódio é o amor
às avessas.
É a pressa,
no lugar
da compreensão.
O egoísmo
no lugar
da doação.
É a obsessão
que corrompe
a paixão
e a liberdade
que se torna
a própria prisão.
O que era puro,
se envenena
e o que era seguro
sangra a alma.
O amor não chora.
Ele sorri
até mesmo
quando o desejo
vai embora.
Pois o amor
é o agora
que se eterniza
como brisa
numa tarde de verão.

By Cristian Ribas

Esses Dias (poema)



Tenho meu jeito de olhar.
Aquilo que passa pela janela,
que vaga pelas ruas,
dobra suas esquinas
e pinta sua aquarela.
Aquilo que vai até ela,
de modo cativante,
insinuante,
carregando no semblante
a alegria de encontrá-la.
Tenho meu modo de descobrir
o que te faz sorrir
numa tarde cinzenta.
De forma lenta,
ser o que você espera,
após tantos verões
e primaveras,
após tantas colisões
e quedas,
ser capaz de se reinventar,
sentir,
sonhar,
e ainda assim,
amar.
Então, me permita
te acompanhar
por esses dias
em que a noite
se torna clara
e a hora
não tem motivo
pra ir embora.


By Cristian Ribas 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O Lugar do Amor (poema)





Me desculpe se te acordei
com o café pronto.
O amor se escreve em atos,
supera a alergia dos gatos,
na doação do tempo,
na abrangência do zelo,
no cuidado sincero
que posso te dar.
Amar vai além das palavras.
Está nas mãos dadas
de quem caminha
na calçada.
De quem brinca na chuva,
se aquece sem blusa
ou dança na madrugada.
O amor é conto de fadas
que se constrói com esmero.
É estar atento aos detalhes,
reconhecer as dificuldades
mas não desistir.
Quando tudo parece ir,
o amor é ficar.
Estar com quem se gosta,
Mas, quando amar é liberdade,
querer também é partir.
Multiplicar,
e não, dividir.
Pois, não somos daqui.
Seguiremos adiante
e depois que o sol se levante
o amor ainda estará
aqui.

by Cristian Ribas

domingo, 11 de janeiro de 2015

A Invenção (poema)




Isso não me surpreende.
É difícil quebrar a rotina
de procurar atrás
o que está na frente.
Demoro pra entender
que tenho medo
daquilo que digo amar.
Que tenho pesadelos
com o que devia sonhar.
E, enquanto você me encanta,
com as curvas no vestido,
os olhos que me miram,
os lábios que me beijam
e o corpo que me aquece,
perco o controle,
o fôlego some
e vejo meu coração
em tuas mãos.
Eu não canto
mais a canção,
pois o refrão,
em tua voz,
se torna mais bela.
Então, me entrego.
Já não importa como será,
quando o mundo acabará
ou quantas histórias vamos contar.
Sou teu,
e te levarei sempre comigo.
Do chão ao infinito.
Pois o agora é pra sempre.
E o amanhã é uma invenção
de quem ainda não encontrou
o amor.

By Cristian Ribas


Obs: Parte integrante do livro "O Amante da Lua", de 2009.



sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Sem Pensar na Primavera (poema)





Não sei por onde começar.
Se falo das nuvens,
das pessoas,
do lugar.
Seja o balanço do vento,
o contorno das horas,
o perdido momento.
Me sinto dentro
da felicidade
que sempre desejei.
Não que eu seja conformado
com o apartamento pequeno,
o imposto atrasado,
o sofá rasgado
e o chuveiro queimado.
Me sinto feliz
por compreender o tempo,
por abandonar a esperança
e me consolidar no mérito.
Por plantar a bondade sem pressa,
por curtir o inverno
sem pensar na primavera.
Não lamento o passado.
Não questiono o futuro.
Apenas pinto o hoje
com as cores que tenho.
E em meus traços firmes,
faço meu auto-retrato.
Sem vangloriar o belo
ou condenar o feio.
Sou eu inteiro.
Vivendo os dias
na companhia
de minha fé.

By Cristian Ribas


Obs: Poema integrante do livro "O Amante da Lua", de 2009.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

A Herança (poema)





Enquanto me multiplico,
me encontre no infinito.
No meu rito de passagem,
sigo viagem
sem me importar
com o destino,
pois em seu sorriso
tudo fica mais bonito.
Levando lembranças,
deixando saudades,
aprendendo com os erros
e apreciando a paisagem.
Cada momento é raro.
No escuro profundo
ou no dia claro.
Não há tempo
para arrastar rancor
ou mergulhar em sofrimento.
Vida é o pensamento,
a extensão dos atos,
a evolução da bondade
em detrimento
do mal que ainda mora
por dentro.
E nessa eterna balança,
deixemos o egoísmo
e espalhemos esperança.
O amor é a herança
que devemos deixar
quando tudo ficar
para trás.

By Cristian Ribas