sábado, 16 de setembro de 2017

Ares de Milonga (Poema)









Mantenho a esperança
nessa dança
do tango
dos guarda-chuvas
pelas ruas
da capital.
Um rito natural
de passos acelerados,
pés molhados
e corações secos
que correm
pelo labirinto dos medos
pra se encontrar
no lugar
de onde partiram.
Observo pela janela
essa aquarela gris
de matiz insana
e almas coloridas,
de longos caminhos
e breves despedidas
que partem
sem me conhecer.
Fique para um café
numa tarde qualquer
enquanto os dias fogem
e fazemos história.
Fique pra uma conversa
sem promessas,
de risos leves,
biscoitos doces
sonhos recheados
e mil folhas.
Fique por ficar
sem se importar
com o que
ganhará em troca.
Apenas fique
e me abrace
sob a chuva
sem demora,
nesse tango sem hora
com ares de milonga
que o amor teima
em dançar.

Cristian Ribas

P.S.: Poema inspirado pela canção "Ramilonga", de Vitor Ramil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário