quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

As Arestas (poema)




Sigo no páreo.
Com meu jeito ordinário,
cara de otário,
chegando no horário
enquanto o mundo
tem pressa.
Observo do fundo
como se aparam
as arestas,
o vazio entre as frestas
e as festas
que não preenchem
o espaço.
Não carrego grifes,
marcas ou ostentação.
Sou um simples coração
querendo aprender
a ser melhor,
a ignorar a dor
e não ver o pior
em cada olhar.
Não importa
o que aparento.
Vou além da porta,
do que tenho
e estou além
do seu desejo.
Não por querer
e partir.
Mas por ficar
e construir.
Minha imagem
é temporal.
Minha obra
é eterna.
E quando a solidão chegar,
o amor ainda estará lá.
Não nos cacos da embalagem.
Mas nos alicerces
da doação.

By Cristian Ribas

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