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domingo, 23 de dezembro de 2018
Intangível (Poema)
Você me deixou
a poeira sobre os olhos,
o peso sobre os ombros
e o cansaço
entre os espaços
que se fecharam
em teus escombros.
Aprendi
a respeitar teus monstros,
a admirar teus santos
e a ignorar
que teu passado
me deixou ilhado
em algum canto.
Reconheci
tua nobreza
na sutileza dos gestos,
no coração dileto
e nos feitos
que te moldaram
tão bela.
Vi tua luz de primavera
brilhar em minha tela
e o medo te consumir
como fera
que ignora
a razão.
E após
os dias de imensidão
e noites de trovão,
mantenho
meu coração
intangível
nos percalços
da cegueira.
Pois a beleza da vida
está na sabedoria do tempo
e no seu jeito
de consertar
as injustiças.
Cristian Ribas
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