terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Ampulheta (poema)




Não é a fome
que me consome
enquanto o tempo some
na ampulheta.
São os olhares sem nome,
o silêncio do telefone,
a paisagem sem cores
que o esquecimento inventa.
 Pela tarde cinzenta,
nas ruas que ninguém freqüenta,
deslizo meus passos
como rastros
sem destino.
Como um hino,
que todos conhecem
mas ninguém quer cantar.
E quando o natal chegar
ninguém vai se importar
aonde estou.


by Cristian Ribas

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