domingo, 24 de fevereiro de 2019

Nada Será Novamente (Poesia)




Enfrento
a maturidade
me dizendo
verdades
que prefiro
ignorar.
Na frieza 
dos fatos,
na contagem
dos estragos
ou na coerência
dos cálculos,
nada será
novamente.
Você sabia
que era despedida
na última vez
que beijava
quem amava,
que brincava
com amigos
na calçada,
que abraçava
um ente querido
ou brigava
por uma tolice
qualquer?
Qual
a última vez
que você desejou
não ter razão
pra não despedaçar
algum coração?
Quando você
teve
que seguir
mesmo
querendo
ficar?
Quando
o seu lar
se tornou
um lugar
sem sentido
e você
não soube
encontrar
seu abrigo?
Quando você
teve que calar
e não pode falar
tudo o que sentia?
Quando a companhia
que te tornou
repleta
te deixou vazia
e os dias
não tiveram
a mesma
alegria?
Entre chegadas
e partidas,
a ampulheta
move a vida
entre perdas
e descobertas.
E nessa véspera
de quem seremos,
agradeça
pelas lições,
distribua perdões
e saiba ver
que ali na frente
está somente
o que a gente
merece viver.

Cristian Ribas

Nenhum comentário:

Postar um comentário