domingo, 24 de fevereiro de 2019

Marte (Poema)




Na sequência dos dias,
lágrimas caídas
se  perdem
em meus confins
e descobrem
o que desconheço.
Cruzei vielas,
calçadas concretas
e ruas desertas,
de esquinas floridas
e pétalas perdidas.
Deixei
minha bandeira
hasteada,
sentei na sarjeta
e esperei a vida
contornar
seu beco sem saída
de forma descontraída.
Entre aromas e olhares,
toques e sabores,
fiquei paralisado,
soprando no vento
enquanto o tempo
ignorava
o certo e o errado.
Frescor,
leveza,
a queda do pudor
e a certeza
de que o amor
não é para os fracos.
Encarei
a nudez dos fatos,
o calor dos corpos
emaranhar os laços
e me jogar
em teus braços.
Ao cair
do teu céu,
as pontes iluminadas
apagaram as estradas
que me levariam
a você.
E, dilacerado,
colo as partes
que me jogam
pra Marte
sem a arte
de vivenciar
a paixão.

Cristian Ribas

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