sábado, 11 de março de 2017

O Continente (poema)





Me deixe apagar a luz.
Vou encostar a porta
e levar todas as respostas
que troquei pela minha cruz.
Não posso viver de lamentos,
carregar pelo tempo
uma visão egoísta
da minha própria existência.
Não sou mais coadjuvante.
Me tornei protagonista,
improvisando textos,
remendando os erros
e sorrindo.
Mesmo sem ouvir
o que desejo,
mesmo sem ganhar
o que busco
e percebendo,
que nos músculos,
não está minha verdadeira força.
Recebo o que preciso.
Sofro só quando insisto
em não aprender com o destino.
Deixo que rolem os dados,
que joguem as cartas,
que dobrem o fardo
sobre meus ombros cansados.
Nada é por acaso.
Meu destino é livre,
meu caminho é largo,
minha cores são vibrantes
e meu amor
não é mais ilha.
Sou continente
anexando tua solidão.

by Cristian Ribas

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