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sábado, 6 de setembro de 2014
Rarefeito (poema)
Levei um tiro de canhão,
que me jogou ao chão,
me acertou o peito
e deixou meu coração
em pedaços.
Sem juntar os cacos,
me afogando em fatos,
o ar rarefeito
teve efeito contrário.
No meu corpo trêmulo
tive firmeza.
Nas dúvidas que me questionavam,
tive certezas.
E nos atos que me cegavam,
tive a clareza,
de que não caio mais.
Na água que purifica,
minhas feridas
cicatrizaram.
No caos que castiga,
meus olhos
enxergaram.
E nos joelhos doloridos
calei meus gemidos
e voltei a caminhar.
Passo a passo.
Sem dizer uma palavra,
sem apagar minhas pegadas,
sem me perder na estrada,
com minhas asas quebradas,
voltei a acreditar.
E mesmo jogado nesse labirinto
ainda me sinto
em paz.
Numa lua sem brilho,
num sorriso sozinho,
sei que tudo fará sentido,
um dia,
lá na frente,
sem que a gente
olhe para trás
com rancor.
By Cristian Ribas
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