sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Stand by Me - Oasis (Contos)




   Após uma longa madrugada, vagando pelas ruas, tabelando pelos becos, apoiado numa garrafa de uísque, o mundo parecia girar mais veloz naquela manhã de domingo, trazendo à tona tudo o que ele ainda têm a aprender. E o estômago, fragilizado pela úlcera e o abuso do destilado, faz com que o desjejum salte de suas tripas. Entre a angústia da náusea e e as contrações intestinais, o que mais doía, era a eterna repetição em forma de looping, de que ela o deixaria antes que seu coração começasse a queimar.
   Mesmo com a mão trêmula e a cabeça zonza, tentava entender este medo dela se apaixonar, de dar um passo além do que seria habitual, de querer dormir com alguém e acordar ao seu lado no primeiro olhar. Sem pressa de fugir. Só vontade de ficar, ouvir, tocar, mesmo enquanto o vento, o frio e a chuva cheguem, fiquem ou passem. Mesmo nos momentos mais difíceis onde nada pareça fazer sentido e ninguém acredite no que estiver atrás da porta do destino. Ele só queria estar ao seu lado. Sem planos ou objetivos.
   Tentando controlar o corpo absorto, consegue chegar ao telefone. Em toques lentos, seus dedos discam o número do celular dela e seguram o aparelho com toda força, como se ela quisesse escapar. Os toques de espera se eternizam, até que sua voz doce diz alô. Sem saber o que dizer, ele balbucia a letra de uma canção. Ela só pede para abrir a porta. Surpreso, ele a encontra na entrada de casa. Com os olhos marejados, ela diz "vou com você pra onde for, mas meu coração nunca será sua casa". Ele a abraçou forte e quando a primeira lágrima tocou o ombro dela, sussurrou em seu ouvido:
   - Nem Deus sabe como será o futuro. Só quero que fique ao meu lado.


By Cristian Ribas
   

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