domingo, 27 de novembro de 2016

Ponto de Partida (poema)





Vejo com lentidão
a decepção
acertar meu peito
como um tiro de canhão,
deixando meu coração
em pedaços.
Em contradição,
abandono os laços
pra juntar os cacos
do que não tem mais jeito.
Parece imperfeito
entregar ao tempo
os restos
pra recebê-lo inteiro.
E quando tudo é zelo,
jogar-se do abismo
pra tentar voar,
mesmo que o ar
ainda falte.
É essa maldita necessidade
que faz da coragem
o mesmo ponto de partida.
Independente de tão dolorida
esteja a alma,
nessa viagem
a única saída
é seguir adiante.
E como antes,
enquanto não cicatrizar,
o amor estará lá
em cada novo passo.

by Cristian Ribas

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