sexta-feira, 25 de novembro de 2016

O Sagrado (poema)





Apago a luz
pra ascender as idéias,
ignorar as misérias
que cercam meus sentidos.
Sirva-me um vinho
pra abrir os caminhos
e fechar a porta
dos meus enganos,
onde antigos planos
se perderam.
Deixe o vento
arejar meus pensamentos
enquanto os ferimentos
não estancam
e latejam.
Permita que o eco das dores
e outros dissabores
saiam do meu paladar,
enquanto meu olhar
segue embaçado.
E quando tudo 
parecer terminado,
me traga mais uma taça,
pra acharmos graça
do que dizem
ser pecado.
Pois, se o mundo 
está atrasado,
eu não tenho pressa
pra te dar
o que tenho
de mais sagrado.

by Cristian Ribas

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