Estou apavorado vendo o debate à presidência. Como me considero conhecedor mediano de política, vejo que, em vez de termos um debate de idéias, o que testemunhamos é um descarrego de intrigas e fofocas baixas que não agregam nenhum valor moral ou ideológico pra quem almeja escolher um candidato. Tempo desperdiçado.
Então, com minha inseparável xícara de café, deixo os poemas um pouco de lado pra tentar escrever sobre um assunto que povoa minha cabeça, nessa noite de debate, que comprova que, nem sempre, a modernidade acaba trazendo "melhorias".
No meu livro de recordações, visualizo as matérias que eu tinha na escola: Língua Portuguesa, Educação Física, Língua Inglesa, História, Geografia, Matemática, Ensino Religioso, PPT (Preparação Para o Trabalho), e uma sigla interessante: O.S.P.B.. Mas, será que alguém, da nova geração, sabe o que é isso??? rsrsrs
O.S.P.B. nada mais era a matéria que nos conscientizava sobre o funcionamento e estrutura da máquina pública: Organização Social e Política Brasileira. Ela nos ensinava sobre os três poderes, sobre suas funções, sobre suas designações e obrigações, explicava o que era o Estado, o que representa um senador, deputado federal, deputado estadual, vereadores, prefeitos, governadores e presidente. Explicava o processo eleitoral, a quantidade de deputados federais por estado e como funciona a escolha de senadores. Resumindo: uma matéria fundamental para o entendimento e o poder do voto.
O.S.P.B. e Educação Moral e Cívica foram criadas pelo Decreto Lei 869/68, e obrigatório a partir de 1969. Substituíram Filosofia e Sociologia e foram vinculadas ao regime militar. Em 1996, as duas matérias foram extintas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), estabelecidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), consideradas impregnadas de um "caráter negativo de doutrinação".
No domingo, 5 de outubro, teremos as eleições. E como o horário político invade nossa casa sem pedir licença, tento me concentrar naquilo que é realmente importante. E o que mais me "apavora" é ver como o "fenômeno Tiririca", tenta ser aplicado nessas eleições pra ludibriar os votantes e angariar vagas para suas legendas. Pois, graças ao desconhecimento geral, raros os que conhecem o que é o sistema proporcional, onde a quantidade de vagas é dividida pelas legendas, e não só pelos candidatos mais votados. E voto distrital, então, ninguém conhece. Por isso, não sabem que seria o ideal para diminuir custos e a corrupção, equilibrando a eleição.
Então, seguirei vendo esse debate. De cabelo em pé. Numa celebração institucional à ignorância e desconhecimento. E depois, quando votarmos errado, não adiantará de nada sair às ruas.
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