quinta-feira, 5 de março de 2015

A Sina (poema)



Estou sem palavras.
Vontades vagas
em noites claras
que me perco.
Mesmo assim,
escrevo.
Antes que o fim
se torne começo
e o retrocesso
esteja avançado.
É necessário
não ficar ilhado
num continente perdido.
Sou meu próprio inimigo
e teu abrigo.
Mesmo não querendo
ser mais um amigo.
Fico contigo
pois estou
em teu vestido,
no teu decote
e utensílios.
Estou impregnado
em teus fardos,
apontando atalhos
e cortando desvios.
Pareço arredio,
revolto,
sombrio,
mas sou somente
um garoto carente
querendo atenção
como castigo.
Um soneto inacabado
que deixa de lado
o padrão
e abre o coração
pra ser teu.
E na máscara caída,
uma melodia repetida
se torna seu hino.
De desejos mundanos
e virtude divina.
E se você
não compreende
esse meu jeito indecente,
sou inocente
da minha sina.
Pois o amor não termina,
apenas sinaliza
que a vida é simples.
A gente é que complica.

By Cristian Ribas




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